Folha de S. Paulo


Câmera no capacete vira moda entre motociclistas de SP

Câmeras no capacete têm levado para a internet a rotina de motociclistas pelas ruas da cidade. Tem de tudo nesses filmes: de passeios inocentes a imprudências no trânsito --e algumas cometidas pelos próprios cinegrafistas.

Esse tipo de vídeo começou a chamar atenção no dia 13, quando o vigilante Anderson de Oliveira, 35, postou no site Youtube um vídeo em que dois assaltantes tentam roubar sua moto, na Penha (zona leste de São Paulo).

Na ação, filmada pela câmera acoplada no capacete de Oliveira, um dos bandidos foi baleado por um policial.

"Coloquei a câmera uma semana antes do acontecido por diversão, para filmar o trajeto que a gente costuma fazer", diz Oliveira.

A inspiração para colocar a câmera no capacete veio do empresário Kleber Atalla, 52.

Ele tem uma loja de escapamentos de motos e realiza filmagens desde 2011 para divulgar os equipamentos.

Vinicius Pereira/ Folhapress
O motociclista Kleber Atalla, um dos mais conhecidos motociclistas
O motociclista Kleber Atalla, um dos mais conhecidos motociclistas "videologgers" faz sucesso no YouTube

"Minha moto [Yamaha XJ6] é grande, faz muito barulho e eu ando muito rápido. É um exibicionismo total."

Outro adepto é o técnico em eletrônica Claudio Fujimura. Ele diz que não leva multas nem causa acidentes, apesar de andar muito rápido.

"Sou muito observador e sei onde tem os radares."

Para o médico Dirceu Rodrigues Alves Junior, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, o uso da câmera no trânsito é tão arriscado quanto falar ao celular. "O motorista ou o piloto deixam a direção de lado e começam a prestar atenção na filmagem."

Segundo Jaques Mendel Rechter, coordenador da Jari (Junta Administrativa de Recursos de Infrações) da prefeitura, a legislação não proíbe o dispositivo. "Desde que não altere as características originais do veículo", alerta.


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