Folha de S. Paulo


'Nunca foi encontrada irregularidade', diz advogado de instituto invadido

O advogado do Instituto Royal, invadido por ativistas na madrugada desta sexta-feira, afirmou que o local "passa por constantes vistorias e nunca foi encontrada irregularidade". Ao todo, o grupo que invadiu o laboratório em São Roque (a 66 km de São Paulo) levou 178 cães da raça beagle, usados em pesquisas farmacêuticas.

Segundo o advogado Daniel Antonio de Souza Silva, todas as atividades com animais desenvolvidos no instituto são regulares, certificadas e tocadas por profissionais qualificados, com ampla experiência e reconhecimento.

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"O instituto é uma Oscip (Organização Social de Interesse Público) e recebe dinheiro do governo federal para desenvolver suas pesquisas e ajudar a desenvolver o país. Ele passa por constantes vistorias e nunca foi encontrada irregularidade, tem todos os alvarás e documentos para seu funcionamento".

O laboratório registrou um boletim de ocorrência e aguarda o resultado de inquérito policial para decidir se vai adotar alguma medida jurídica. "Equipamentos de laboratório, computadores, medicamentos e outros objetos ou foram levados ou foram destruídos. Várias salas foram arrombadas. Ainda não foi calculado o prejuízo."

INVESTIGAÇÃO

O promotor do Meio Ambiente de São Roque, Wilson Velasco, disse que a invasão do Instituto Royal fez com que se perdesse qualquer materialidade do crime de maus-tratos. Ele conduz há cerca de um ano uma investigação para apurar qualquer indício de violação dos direitos dos animais por parte do instituto.

Segundo o promotor, laudos de veterinários, indicados pelo Ministério Público, comprovaram que o espaço estava dentro das normas exigidas. "A lei permite que se faça experimentos desde que se prove que não há outros meios para se chegar a um resultado científico", afirmou.

Velasco mantinha há dias um diálogo com os ativistas que invadiram o instituto e resgataram diversos cachorros. De acordo com o promotor, houve uma reunião com os ativistas na última quarta-feira.

"Eu perdi para eles não invadirem o espaço. Isso só prejudicou a investigação. Agora não há mais provas", disse. O promotor ainda não definiu qual será a nova linha de Investigação.


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