Folha de S. Paulo


Mãe de manifestante preso passa mal e é socorrida na porta de presídio

A mãe de um dos manifestantes presos no protesto de terça-feira passada no centro do Rio passou mal na porta do presídio de Bangu, zona oeste.

A autônoma Rita de Cássia Menezes estava nesta sexta-feira (18) na porta do Complexo de Jericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, em busca de informações sobre seu filho, Denys Menezes Silveira, 19.

Após decreto de soltura, presos são transferidos para Bangu
Justiça do Rio manda soltar 22 presos no protesto de terça-feira

Rita de Cássia teve um pico de pressão e sofreu desmaios na porta do local onde outros parentes e amigos de manifestantes aguardavam pela liberação de um grupo de 20 pessoas presas no protesto e que tiveram liberdade concedida pela Justiça do Rio na quinta-feira.

A ambulância foi chamada para socorrê-la, mas diante da demora de mais de 30 minutos, Rita de Cássia foi levada em um carro particular até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na Vila Kennedy.

Rita foi socorrida por familiares e amigos de ativistas que estavam lá. A mãe de um dos presos que é médica liderou o atendimento. A médica pernambucana Isabel Lucena aguardava a liberdade de seu filho, Diego Lucena Távora,25.

"A pressão dela foi de 15 por 10 a 17 por 10. Estava com taquicardia, tremor e com as pálpebras batendo. É um quadro que se não for tratado pode levar a infarto ou AVC (acidente vascular cerebral)", disse a médica.

Diana Brito/Folhapress
Mãe de manifestante preso em protesto no centro do Rio de Janeiro passa mal e é socorrida na porta do presídio
Mãe de manifestante preso em protesto no centro do Rio de Janeiro passa mal e é socorrida na porta do presídio

TRANSFERÊNCIA

Cerca de 20 manifestantes presos durante a manifestação de terça-feira no Rio foram transferidos durante a madrugada desta sexta-feira (18) do presídio Patrícia Acioli, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, para o complexo de Jericinó, em Bangu, zona oeste da capital.

A mudança aconteceu horas depois de os ativistas terem recebido alvará de soltura da Justiça e atrasou a liberação. Familiares e advogados que foram à São Gonçalo de manhã reclamaram que não foram avisados da transferência.

"É um absurdo transferir pessoas com alvará de soltura, de madrugada, na calada da noite. Obviamente, isso dificulta a saída deles. É uma atitude desumana com as famílias que precisam se deslocar de um lado para o outro", disse o advogado dos manifestantes Marcelo Chalreo, presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, que encontrava-se na porta do presídio em Bangu.

JUSTIÇA

A Justiça do Rio determinou nesta quinta-feira a liberação de 22 pessoas presas na manifestação da última terça-feira (15) na cidade. Eles fazem parte do grupo de 64 maiores de idade detidos na escadaria da Câmara Municipal, depois que a polícia fez um cerco ao local, por volta das 23h30, após quase três horas de confrontos na praça da Cinelândia. Não há informações ainda sobre os 20 menores apreendidos na ocasião.

Os liberados hoje foram enquadrados na nova lei federal do Crime Organizado. Três deixaram a cadeia já durante a tarde. Os outros 19 deveriam ser soltos pela manhã, mas por conta de sua transferência, documentos precisaram ser refeitos o que atrasou a sua liberação.

Até a publicação desta reportagem, à exceção dos três já soltos, nenhum manifestante havia sido liberado


Endereço da página:

Links no texto: