Folha de S. Paulo


Celebridades saem em defesa de sindicato dos professores do Rio

No embate travado com a Prefeitura do Rio, o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ) ganhou o apoio público de Caetano Veloso, Wagner Moura, Marisa Monte, Leandra Leal, Fernanda Abreu e Thayla Ayala.

De acordo com a entidade, as celebridades citadas assinam uma mensagem que defende a reabertura das negociações com o governo municipal.

Diz o texto: "Diante dos acontecimentos dos últimos dois meses, diversos setores da sociedade civil demonstraram preocupação com o encerramento das negociações entre a prefeitura e os profissionais da educação em greve no município. Desta forma, diante também da suspensão da sessão legislativa que aprovou a proposta de Plano de Carreira da prefeitura, aqueles que assinam este documento, solicitam que o executivo municipal reabra um canal de negociação formal com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) o mais rapidamente possível. Entendemos que o caminho do diálogo republicano em uma mesa de negociação é o caminho para superarmos os impasses colocados e avançar na direção da valorização dos profissionais da educação e da construção de uma educação de qualidade."

DESGASTE EM NEGOCIAÇÃO

No dia 8 de outubro, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) sinalizou que não havia mais acordo possível com o Sepe-RJ, responsável pela negociação da greve de professores do município iniciada em agosto.

Durante três meses,representantes do governo promoveram dez encontros com a diretoria do sindicato, mas não se chegou a um consenso.

"Eles não têm pauta. Cada dia é uma coisa. Eles não fazem a conta matemática do que apresentam. A única proposta oficial que recebemos do Sepe sobre o plano de cargos e salários previa uma remuneração de R$ 136 mil para cada professor", afirmou o prefeito do Rio.

Os professores da rede de ensino municipal permanecem contrários ao plano de cargos e salários elaborado pela prefeitura e aprovado recentemente na Câmara. O documento produzido pela equipe da Secretaria Municipal de Educação recebeu 31 emendas antes de ganhar o aval dos vereadores.

De acordo com Paes, o sindicato não divulga aos professores os ajustes realizados na versão final do plano, que passou a abranger reajustes para todas as classes de professores.
O primeiro plano privilegiava apenas os profissionais com carga horária de 40 horas.

"Se passou muito tempo falando mentira (sobre o plano de cargos e salários). O plano é muito bom. Não é tudo o que se quer, óbvio, mas não adianta a prefeitura dar algo que não possa pagar", acrescentou Paes.

Ao encerrar o diálogo com o Sepe, o prefeito ressaltou ainda que os sindicalistas passaram a exigir mudanças inviáveis, que dizem a respeito à política educacional adotada pela prefeitura.

"Eles contestam a meritocracia, que não tem nada a ver com o plano de cargos e salários. Apostar na meritocracia é uma decisão da minha administração. Se atingir a meta, recebe um adicional. Se não atingir, não há desconto algum. Isso não vai parar. Vale para a educação e todos os setores da prefeitura".


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