Folha de S. Paulo


Suspeito de vandalismo é levado para presídio no RJ

Um manifestante -- identificado como Jair Seixas Rodrigues -- foi levado para o complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira, após ser indiciado sob acusação de "organização criminosa".

Segundo investigadores da 5º DP (Gomes Freire), Rodrigues já tinha passagem pela polícia por formação de quadrilha, resistência a prisão, lesão corporal e desobediência durante outros protestos.

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Apontado pela polícia como autor de atos de vandalismo, Jair Rodrigues já havia sido flagrado em imagens de câmeras de rua da prefeitura arrebentando com um objeto de metal um cadeado da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) em outra manifestação no centro da cidade. A Folha tentou localizar o advogado do suspeito, mas ele não foi encontrado.

Os confrontos entre policiais e manifestantes nas ruas do centro do Rio nesta terça-feira (15) terminaram com uma sequência de detenções na praça da Cinelândia, que lotaram quatro micro-ônibus da PM e um ônibus de linha fretado. De acordo com a OAB-RJ, pelo menos 208 pessoas foram detidas no tumulto.

No confronto, pelo menos dez policiais e seis manifestantes ficaram feridos. Dois carros da PM foram incendiados. A Polícia Civil ainda investiga se uma pessoa foi vítima de bala perdida no final da noite de ontem. Manifestantes disseram à polícia que viram PMs do serviço reservado atirando a esmo com armas de fogo.

Agências bancárias, lojas e prédios foram alvos de vândalos. Por conta do elevado número de pessoas detidas na confusão, a Polícia Civil dividiu as ocorrências em delegacias da cidade. Os advogados da OAB disseram não entender a nova medida e até as 9h30 de hoje ainda não havia um balanço com os números oficiais de detidos e feridos.

Na semana passada, o comando da Segurança Pública do Rio informou que os manifestantes flagrados em atos de vandalismo durante protestos podem ser enquadrados na Lei de Organização Criminosa (12.850/2013), em vigor desde 19 de setembro. A pena pode chegar a oito anos de cadeia.

A medida foi anunciada após confronto entre mascarados e a PM no dia 7 de outubro, ao final de um protesto de professores da rede pública de ensino.


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