Folha de S. Paulo


Justiça dá prazo de 60 dias para alunos deixarem a reitoria da USP

A Justiça de São Paulo estabeleceu um prazo de 60 dias para que os estudantes da USP deixem a reitoria do campus Butantã, na zona oeste de São Paulo, invadido no último dia 1º. Na semana passada, uma liminar (decisão provisória) havia negado a reintegração de posse do prédio.

Os estudantes reivindicam eleição direta para reitor da universidade e o fim da lista tríplice. Hoje, o governador do Estado escolhe um entre os três candidatos mais votados pelos colégios eleitorais --formados, principalmente, por professores titulares.

Na decisão desta terça, o desembargador José Luiz Germano, da 2ª Câmara de Direito Público, afirmou que o prazo concedido permitirá que as partes dialoguem para chegar a um acordo a fim de se evitar intervenção policial. Uma audiência de conciliação entre as partes foi realizada no dia 8, mas não houve acordo.

"A solução não me parece ser a desocupação imediata e forçada, como quer a USP e, por isso, concedo o prazo de 60 dias para a desocupação voluntária. Esse tempo pode servir para que as partes negociem, dialoguem e cheguem a um entendimento, sob pena, aí sim, de ser feita a desocupação forçada, caso os ocupantes não saiam voluntariamente do edifício", disse o desembargados na decisão.

A reitoria da USP foi procurada por telefone na noite de hoje para comentar a decisão, mas não foi localizada.

Os estudantes fizeram, na noite desta terça-feira, um novo protesto, na zona oeste de São Paulo. O grupo, que reuniu também partidos de esquerda, movimentos sociais e "black blocs", se reuniu no largo da Batata e seguiu em passeata, que acabou gerando um confronto na marginal Pinheiros.


Endereço da página:

Links no texto: