Folha de S. Paulo


Governo de SC põe fim a indicações políticas para gestão de escolas

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), assinou na manhã desta terça-feira (15) um decreto que altera o método de escolha de diretores das escolas do Estado. A medida pretende pôr fim às indicações políticas que atualmente representam a maior parte das nomeações de diretores em Santa Catarina.

Reportagem da Folha publicada no dia 7 mostrou que Santa Catarina é o Estado em que são registrados os maiores índices de indicação política para os cargos de diretor no país. A rede pública catarinense (escolas estaduais e municipais) conta com 62,8% de diretores alçados ao cargo por políticos. Se considerada somente a rede estadual, a proporção é ainda maior (86%).

Pelo modelo anunciado hoje, os professores interessados no cargo diretivo deverão fazer um curso de capacitação, com carga horária de 200 horas, e apresentar um plano de gestão escolar para quatro anos. Depois, serão avaliados por uma equipe de especialistas em educação contratados pelo Estado.

Na etapa seguinte, a comunidade escolar analisará os projetos e elegerá o preferido. Estudantes, profissionais da educação (professores, funcionários de limpeza, inspetores, entre outros) e pais de cada escola terão a oportunidade de escolher o diretor da instituição de que fazem parte.

Segundo o governo estadual, a primeira seleção de novos diretores com participação da comunidade escolar ocorrerá somente em outubro de 2015.

"Pensamos nesse intervalo para que os candidatos tenham tempo para se capacitarem, prepararem seus planos de gestão e se cadastrarem. Assim, evitamos que a maioria dos candidatos sejam os atuais diretores. Além disso, também tomamos essa medida para blindar o processo de escolhas político-partidárias, já que 2014 será ano eleitoral", afirmou o secretário da Educação, Eduardo Deschamps.

Os atuais 1.100 diretores do Estado também serão avaliados. Eles passarão por capacitação a partir do próximo dia 21 e terão até 150 dias para apresentar um plano de gestão escolar, que passará por avaliação da comunidade escolar.

Se aprovado, o plano terá vigência até dezembro de 2015. Em caso de reprovação, o diretor será afastado e um novo profissional ocupará sua vaga --depois de passar por todas as etapas do novo processo seletivo.


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