Folha de S. Paulo


Paulistanos abastados fazem de tudo para não tirar carro da garagem

Para grande parte dos paulistanos, a solução para evitar passar horas em congestionamentos é simplesmente se deslocar o menos possível.

Mesmo com um carro na garagem e dinheiro para táxi, cada vez mais gente aposta em serviços em domicílio ou dentro do próprio bairro.

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O fenômeno produz o que o professor e doutor em Comunicação da USP, Dennis de Oliveira, chama de "guetificação voluntária".

A instrutora de pilates Mônica Maria Telles, 50, concentra todos os seus compromissos em Moema, onde vive.

"Tinha médicos em outros locais, mas aos poucos fui substituindo por opções mais perto. Meu filho estuda aqui, e até o meu estúdio é a dois quarteirões de casa".

Eduardo Anizelli/Folhapress
Moradora de Moema, Mônica Maria Telles concentra todas as suas atividades no próprio bairro
Moradora de Moema, Mônica Maria Telles concentra todas as suas atividades no próprio bairro

Seus alunos, diz, também são de lá. "Quando entra um de outro bairro, nunca fica muito tempo", conta.

Se há mais gente que faz de tudo para não sair de casa, também existem profissionais dispostos a atravessar a cidade para oferecer serviços até então improváveis.

É assim que a veterinária Gisela Malagueta ganha a vida. "Estranhavam, mas agora encaram com normalidade", diz. Recentemente, porém, ela tem concentrado os serviços em algumas áreas. "Não fiz faculdade para ficar parada no trânsito, não é?"


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