Folha de S. Paulo


Justiça determina reintegração de posse de prédio da USP Leste

A Justiça de São Paulo determinou nesta quinta-feira (11) a reintegração de posse do prédio da administração da USP Leste, ocupado por estudantes desde o dia 2 de outubro. Os alunos reivindicam eleições diretas para reitor e cobram medidas para resolver um problema de contaminação do solo da unidade.

A USP entrou ontem com o pedido de liminar (decisão provisória) para retirar os manifestantes do local. No dia da invasão, foi estimado que cerca de 60 pessoas adentraram o prédio.

A juíza Carmen Cristina F. Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara de Fazenda Pública, considerou na decisão "não existir justificativa plausível para qualquer espécie de invasão e ocupação de prédios públicos, notadamente como a que se verifica no caso, prejudicando o funcionamento da universidade, bem como impedindo servidores de cumprirem a sua carga horária, outros estudantes de frequentar regularmente as aulas e, quiçá, gerando depredação do patrimônio público".

Mariana Rocha Oliveira/Leitora
Professores da USP Leste entram em greve após instalação de placa que alerta sobre risco de contaminação por gases tóxicos
Professores da USP Leste entram em greve após instalação de placa que alerta sobre risco de contaminação por gases tóxicos

Segundo Tribunal de Justiça de São Paulo, ainda não foi marcada uma data para o procedimento de desocupação, que depende de acordo com a PM. A assessoria de imprensa da USP Leste informou, em nota, que o diretor da unidade, Edson Leite --também alvo de críticas dos manifestantes--, se reunirá com os estudantes às 10h de segunda-feira "para chegar a um acordo e fazer com que a desocupação do prédio ocorra de forma pacífica, sem recorrer à Polícia Militar".

As atividades estão suspensas na USP Leste desde 10 de setembro, quando professores decretaram greve e foram apoiados por funcionários e estudantes.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de SP) fez na sexta-feira (4) uma vistoria no local para verificar se a instituição cumpriu as exigências para sanar os problemas detectados. O resultado da inspeção está sendo analisado nesta semana pela diretoria do órgão ambiental, que definirá as medidas administrativas cabíveis.

No local onde a instituição foi erguida havia lixo orgânico removido do rio Tietê. Com o tempo pode haver emissão de gás metano, que é tóxico e pode causar explosões. De acordo com a Cetesb, não há risco à população local, mas algumas exigências foram feitas.


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