Folha de S. Paulo


'Não aderimos ao programa Mais Médicos', afirma presidente do CFM

Após selar acordo com o governo para votação do Mais Médicos na Câmara, o CFM (Conselho Federal de Medicina) afirmou nesta quinta-feira (10) que segue contrário a pontos essenciais do programa, como a atuação no país de médicos formados no exterior sem o diploma revalidado.

Durante a votação da medida provisória que criou o Mais Médicos, a entidade foi duramente criticada por parlamentares da oposição ao aceitar que o Ministério da Saúde passe a emitir o registro dos médicos intercambistas em troca da retirada do texto de um fórum consultivo para temas de saúde. O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), chegou a classificar de "traidor" e "pelego" o presidente da entidade, Roberto D'Ávila.

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"Não apoiamos o programa Mais Médicos, continuamos com as mesmas críticas. Continuamos achando que é um programa eleitoreiro, que não levará saúde [para o interior do país]", disse D'Ávila na manhã de hoje, em coletiva de imprensa.

O CFM foi a única entidade médica que fechou acordo com o relator do texto na Casa, o deputado federal Rogério Carvalho (PT-SE), sobre mudanças no texto em votação. Apesar dos ajustes, a essência do programa foi mantido.

"Quem cedeu muito mais coisas foi o governo. Nós cedemos algo que queríamos, que era não registrar. Penso que nós fomos vitoriosos" disse o presidente do CFM. D'Ávila afirmou ainda que a entidade não vai brigar por novas mudanças ao texto, que ainda precisa da aprovação do Senado Federal.

Sobre críticas feitas pelo líder do DEM, disse que "a história dirá quem traiu e quem não traiu a medicina".

"Eu penso que essas críticas são feitas por políticos profissionais que também têm interesses em manter o discurso e gostariam de ter o conselho federal como seus aliados. Mas o conselho não é aliado do partido A ou B. (...) Como eu não sou candidato a nada, eu tenho minha consciência tranquila de que foi um sucesso, uma vitória para os médicos."


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