Folha de S. Paulo


Sindicato vai monitorar manifestantes suspeitos em atos de professores

Diante dos confrontos registrados nas últimas manifestações, os professores grevistas da rede municipal decidiram criar o que definiram em comunicado como "sua própria autodefesa contra ações policiais".

Coordenadora do Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Marta Moraes explica que, a partir dos próximos atos, os representantes das entidades vão monitorar os manifestantes com atitude suspeita.

Professores municipais do Rio fazem passeata e decidem manter greve

"Se alguém estiver carregando uma pedra, por exemplo, vamos abordá-lo para saber o que está fazendo ali", disse a dirigente sindical.

O alvo principal dos professores seriam supostos policiais infiltrados que estariam nos protestos para incentivar os confrontos. De acordo com Marta Moraes, o simples fato de um grupo estar mascarado não é suficiente para considerá-lo suspeito.

"Temos vários alunos, participando dos protestos, que também estão usando as máscaras, porque virou moda", acrescentou a diretora do Sepe, que descarta a participação de estudantes nas depredações.

Após aprovar a manutenção da greve nesta quarta-feira (8), os professores da rede municipal do Rio seguiram até a prefeitura em passeata no início da tarde, que transcorreu sem incidentes e foi encerrada pouco antes das 17h.

Diante da sede do governo, os profissionais da educação deixaram uma coroa de flores com a mensagem: "Saudades da educação de qualidade que já tivemos. Em defesa da educação pública!"

A agenda dos professores incluiu também o encontro de uma comissão do sindicato com Maria do Rosário, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A reunião abordou a violência presente nas manifestações recentes dos professores.

Na última segunda-feira, o protesto de apoio à greve dos professores das redes de ensino estadual e municipal terminou em quebra-quebra no centro do Rio, com manifestantes mascarados lançando pedras portuguesas, bombas caseiras e coquetéis molotov. A depredação atingiu ônibus, placas de rua, pontos de ônibus, agências bancárias, restaurantes e as sedes do Clube Militar, da Câmara dos Vereadores e do Consulado Americano.


Endereço da página:

Links no texto: