Folha de S. Paulo


Na Paraíba, PM indica coronel para conter violência escolar

Em uma escola estadual da Paraíba, a indicação ultrapassou a fronteira da política: o diretor foi definido pelo comando da Polícia Militar.

A justificativa eram os altos índices de criminalidade. Fundada em 2007 em Mangabeira, o maior bairro de João Pessoa, a escola estadual Mestre Sivuca tinha todo mês ao menos cinco casos de tráfico de drogas ou violência.

O comandante da PM à época levou para a diretoria da escola o coronel da reserva Claudemir Rodrigues, 62, que assumiu em junho de 2008. A gestão afirma que conseguiu reverter a situação e foi eleita no ano passado --desta vez, democraticamente-- para um novo mandato. Mas era o único candidato.

Formado em administração e direito, Rodrigues adotou um estilo disciplinador, que, embora não seja consenso, encontra respaldo na escola. "Ele é bem rígido. A gente sente falta de alguma liberdade, mas tem sido melhor para a escola", disse o aluno Lucas Andrade, 15.

O colégio instalou grades na entrada, passou a identificar quem entra, tornou obrigatório o uso de uniforme e até afastou dois professores que, segundo o diretor, atuavam no tráfico de drogas.

"Não temos mais ocorrências de drogas ou violência na escola desde 2010. Sei que a comunidade aprova porque os pais estão participando mais", diz o coronel-diretor.

O desempenho escolar dos 1.027 alunos, no entanto, continua ruim. Os índices na Prova Brasil, que mede o aprendizado em português e matemática, são baixos -e caíram nos últimos dois anos.

João Medeiros/Folhapress
Coronel da reserva Claudemir Rodrigues, 62, indicado pela PM para a diretoria de escola em João Pessoa (PB)
Coronel da reserva Claudemir Rodrigues, 62, indicado pela PM para a diretoria de escola em João Pessoa (PB)

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