Estudantes da USP decidiram em assembleia realizada na noite desta terça-feira manter a ocupação do prédio da reitoria da universidade em São Paulo e iniciar uma greve imediata. O grupo reivindica eleição direta para a escolha de reitor.
Segundo estimativa dos alunos, cerca de 1.000 pessoas, de diversos cursos participaram da assembleia.
Na tarde de hoje, o Conselho Universitário teve uma reunião para decidir como ocorrerá a próxima eleição e manteve a escolha indireta. Ao saber da decisão, os estudantes pediram o cancelamento do que foi votado.
"Precisamos fazer alguma coisa para estabelecer a democracia na USP", disse Pedro Serrano, aluno de ciências sociais e diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes).
Cerca de 400 estudantes participaram da ocupação do prédio da reitoria ainda durante a reunião do conselho. Eles usaram marretas para quebrar portas e picharam paredes no interior do local. Policiais militares em três motos e dois carros acompanharam a ato à distância.
Procurada pela reportagem, a assessoria da USP disse que não iria se manifestar ainda sobre a decisão dos alunos e que vai analisar a decisão amanhã.
MUDANÇA
Pelo que foi decidido hoje, a eleição para reitor continua sendo feita por uma assembleia, formada por cerca de 2.000 representantes do Conselho Universitário, Conselhos Centrais, Congregações das Unidades e pelos Conselhos Deliberativos dos Museus e dos Institutos Especializados.
Outras mudanças aprovadas na reunião de hoje está o fim da eleição em dois turnos, a exigência de inscrição e formação de chapas pelos professores interessados --antes todos poderiam ser votados--, e a obrigação para de que os candidatos também deixem as funções de chefia ou direção a partir da candidatura.
A USP informou que ainda fará uma série de debates para discutir o novo formato de eleição, que ainda não tem foi definida. O mandato do atual reitor, João Grandino Rodas, vigora até o dia 25 de janeiro de 2014.