Após afirmar no começo da tarde desta quarta-feira (25) que a fumaça resultante de incêndio em galpão de fertilizantes em São Francisco do Sul (SC) não é toxica, o governo de Santa Catarina alterou a nomenclatura e disse que os componentes são "moderadamente perigosos".
O fogo, de causa ainda desconhecida, começou por volta das 23h de terça-feira (24), em depósito da empresa Global Logística, e não havia sido controlado até a publicação desta reportagem.
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A fumaça, segundo o governo, contém nitrato de amônio, diafosfato de amônia e cloreto de potássio.
Por volta das 12h, a gestão chegou a informar, em meio a uma espécie de "fuga em massa" da cidade, que o material não era tóxico. A versão foi alvo de contestações de especialistas e o governo acabou retirando o texto de sua página na internet horas depois.
Fichas de informação sobre produtos químicos descrevem o nitrato de amônio como um agente oxidante, que pode detonar sob ação de certos materiais, e cuja inalação pode causar irritação das vias aéreas, tosse e dificuldade respiratória. Exposto a altas temperaturas, o produto libera amônia e outros gases capazes de provocar problemas respiratórios agudos.
O prefeito de São Francisco, Luiz Roberto de Oliveira (PP), disse no meio da tarde que era impossível prever quando a situação seria normalizada. Pediu que os moradores esperassem "sinal verde" para voltar para casa.
A prefeitura não sabia dizer quantas pessoas haviam deixado o município, mas ao menos 400 pessoas tinham sido encaminhadas a abrigos.
"O vento muda muito rápido e não sabemos a direção que ele vai tomar", disse o prefeito.
O governador Raimundo Colombo (PSD) foi à cidade e informou que uma área de dois quilômetros em torno do incêndio estava protegida.
Já o comando da Polícia Militar em Santa Catarina prometia policiamento especial nas ruas da cidade a partir das primeiras horas da noite. O objetivo é "evitar furtos em residências e saques no comércio".
O Exército também participaria do patrulhamento, com 150 homens.
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EMPRESA
O Corpo de Bombeiros em São Francisco do Sul informou que ainda não sabe de quem é a carga de fertilizantes que estava guardada no depósito da Global Logística, no terminal marítimo do município.
A prefeitura disse que até o meio da tarde não havia sido procurada pela empresa. Nos telefones da Global Logística ninguém atendeu às ligações.
São Francisco do Sul tem o maior porto de Santa Catarina e o quinto maior do Brasil. A movimentação de cargas representa 70% da economia local, de acordo com a prefeitura.
| Salmo Duarte/Agência RBS | ||
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