Folha de S. Paulo


Sem-teto protestam e fecham a entrada da Secretaria do Verde e Meio Ambiente

Um grupo de sem-teto impede na manhã desta terça-feira (24) a entrada de funcionários na Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, no Paraíso (zona sul de São Paulo).

Os manifestantes colocaram faixas na porta da secretaria para protestar contra a reintegração de posse que aconteceu no último dia 16 no Grajaú, bairro localizado no extremo sul de São Paulo.

De acordo com o sem-teto Luiz Carlos Cavalcante Silva, 25, são cerca de cem pessoas no local. O grupo só deve deixar a entrada da secretaria, segundo ele, se a prefeitura der uma opção de moradia para as famílias.

Silva diz que são cerca de 200 famílias que estão desabrigadas após a reintegração de posse. Segundo ele, todos os moradores foram para ocupações vizinhas, que ficam em terrenos particulares da região. "Queremos que a prefeitura nos passe uma resposta definitiva. A prefeitura não tem dialogado com a gente", afirma.

No dia 16, as famílias resistiram a sair e a Tropa de Choque da PM precisou ser acionada. Os moradores temem que outras áreas sejam desocupadas pela prefeitura. Segundo eles, são mais de 20 ocupações na região.

Silva diz que o grupo quer que a gestão Fernando Haddad (PT) divulgue a lista de espera dos programas habitacionais e também apresente os projetos habitacionais para a região.

Procurada, a assessoria da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente não foi localizada para comentar o assunto. A prefeitura também ainda não se manifestou sobre o caso.

Na semana passada, durante a desocupação do terreno, a prefeitura disse que a área ocupada é pública e está destinada para a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente para a instalação do parque Ribeirão dos Cocaia. "As famílias serão cadastradas nos programas habitacionais no entanto, não terão prioridade no atendimento e a demanda cadastrada anteriormente será respeitada", disse nota enviada pela administração municipal na semana passada.

Para a prefeitura, as ocupações prejudicam a política habitacional em curso cuja meta é a entrega de 55 mil nos próximos quatro anos, para enfrentar um déficit de 230 mil domicílios.


Endereço da página:

Links no texto: