Folha de S. Paulo


Em laudo, psiquiatra afirma que Pesseghini tinha transtorno mental

Laudo assinado pelo psiquiatra Guido Palomba concluiu que o estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, tinha um transtorno mental. De acordo com a polícia, o garoto se matou.

Marcelo também é apontado pela polícia como o autor dos assassinatos de seus pais, de sua avó e de sua tia-avó, no dia 5 de agosto, na Brasilândia (zona norte).

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Segundo o laudo, Marcelo sofria de encefalopatia hipóxica, doença causada pela falta de oxigenação no cérebro.

Ela foi motivada pela associação da fibrose cística, doença degenerativa, e um pneumotórax, acúmulo anormal de ar entre o pulmão e a pleura, registrado quando Marcelo tinha quase dois anos.

Palomba diz que, dependendo do comprometimento causado pela encefalopatia, não é raro "aparecerem condutas criminosas bizarras, inusitadas e bastante graves".

À essa condição somaram-se outros fatores -o ambiente familiar,; as conversas em casa sobre assuntos policiais e o gosto dele por videogames violentos-, que desenvolveram em Marcelo "ideias mórbidas delirantes".

Para o psiquiatra, o estudante não conseguia distinguir realidade e fantasia. Por causa dos games, quis ser um "justiceiro errante", mas, para tanto, tinha que matar a família e fugir de casa.

Segundo o laudo, como na escola ninguém acreditou no que havia feito, Marcelo voltou para casa e se matou, não por arrependimento, mas por sentir-se fracassado.


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