Folha de S. Paulo


Maior pista do aeroporto de Cumbica fechará na madrugada

A pista principal do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), o maior do país, será fechada por dois meses para pousos e decolagens durante as madrugadas, para passar por uma reforma.

A interrupção começará em 7 de outubro e ocorrerá sempre de meia-noite às 6h até 8 de dezembro. A segunda pista, de 3.000 metros, será usada para receber todas as aeronaves durante o horário da obra.

As duas pontas da pista principal, que tem cerca de 3.600 metros, já foram reformadas. A última intervenção, feita pela Infraero, foi em 2011, quando um terço da pista fechou por três meses.

Como as obras foram feitas nos extremos, não foi necessário bloquear pousos e decolagens. Agora, ela terá que ficar fechada durante as madrugadas porque a intervenção será no meio da pista.

A reforma dos cerca de 1.200 metros da área central da pista estava prevista desde que o aeroporto foi concedido para a administração privada no ano passado, mas vinha sendo adiada.

A concessionária GRU Airport, formada pelas empresa Invepar (Brasil) e Acsa (África do Sul), previa fazer a reforma em 30 dias. Mas a intervenção será mais complexa do que se imaginava, com a retirada de camadas do solo para recuperar a pista.

VOOS

Com o funcionamento apenas da pista auxiliar, a capacidade de movimento (pousos e decolagens) no aeroporto no horário da obra deverá cair em cerca de 30%.

A concessionária, porém, trabalha com o plano de manter todos os voos, já que nesse horário o movimento de pousos e decolagens é menor.

São em média 78 movimentos em toda a madrugada. No horário de pico, pode chegar a 47 por hora.

Mas alguns aviões poderão ter de operar com restrição de carga ou passageiros.

Questões climáticas podem elevar o risco de cancelamentos ou atrasos nos voos no período de obras, segundo apurou a Folha.

Isso porque a GRU Airport ainda não está usando o CAT III, um sistema de segurança de voo que permite pousos com situações climáticas mais críticas que o normal.

IMBRÓGLIO

O governo instalou o sistema, ao custo de R$ 9 milhões, antes de a concessionária assumir. Para que ele entre em operação são necessárias obras que a concessionária diz não estarem no contrato.

Para realiza-las, a GRU Airport defende o recebimento de uma compensação.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não quer pagar e ameaça levar o aparelho para outro aeroporto.


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