Folha de S. Paulo


Reintegração de posse termina com um ferido e um preso em SP

Policiais e moradores de uma área no Grajaú, extremo sul de São Paulo, entraram em confronto após a Polícia Militar realizar uma reintegração de posse, hoje pela manhã, na região. Um PM foi ferido na perna. Um manifestante, suspeito de atirar pedras contra os militares, foi detido e encaminhado para o 85º DP (Jardim Mirna).

A retirada das famílias da área começou por volta das 9h. A Tropa de Choque, a Guarda Civil Metropolitana e da prefeitura atuaram na reintegração de posse, que segundo a PM, terminou por volta das 14h.

O policial ferido foi encaminhado para o pronto socorro Balneário São José. Ele foi medicado e já recebeu alta.

Pessoas que estavam no local durante a ação acusam a PM de abusar da força na reintegração de posse. "Eles atuaram sem nenhum mandado judicial. Não tinha nenhum oficial de justiça acompanhando a reintegração de posse. A PM usou, gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetes contra as famílias. Havia crianças e idosos no local", disse Gustavo Moura.

O terreno ocupado fica na avenida Carlos Benjamin dos Santos, próximo ao número 1.500. A Polícia Militar não soube informar qual o tamanho do efetivo empregado na reintegração de posse desta segunda-feira.

Apesar de já ter encerrado o processo de retirada das famílias da área, a PM disse que mantém duas viaturas no local. De acordo com os moradores retirados da área, a secretaria de Habitação descumpriu um acordo que havia feito na última quarta-feira com as famílias.

Por meio de nota a prefeitura disse que a área ocupada é pública e está destinada para a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente para a instalação do parque Ribeirão dos Cocaia. "As famílias serão cadastradas nos programas habitacionais no entanto, não terão prioridade no atendimento e a demanda cadastrada anteriormente será respeitada", disse o documento.

Para a prefeitura, as ocupações prejudicam a política habitacional em curso cuja meta é a entrega de 55 mil nos próximos quatro anos, para enfrentar um déficit de 230 mil domicílios.


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