Folha de S. Paulo


Motoboy acusado de matar cunhada volta a ser julgado em SP

O motoboy Sandro Dota, acusado de matar em 2011 a cunhada Bianca Consoli, começará a ser julgado nesta segunda-feira (16) no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

A expectativa é que o réu confesse a participação no crime. Em agosto deste ano, Dota confessou, por meio de uma carta, ser o assassino da estudante. Em uma confissão encaminhada à Justiça, ele disse que foi o autor do crime, mas negou ter estuprado Bianca, como acusa o Ministério Público.

Bianca foi encontrada morta em 2011 dentro da casa onde vivia com seus pais, na zona leste de São Paulo.

Sandro Dota escreveu a carta no dia 2 de agosto de dentro da Penitenciária 2 em Tremembé (147 km de São Paulo). Segundo o advogado Aryldo de Paula, o motoboy confessou porque estava com "peso na consciência".

De acordo com o representante do motoboy, a decisão poderá reduzir o tempo de prisão que será estipulado pelo júri.

Não é a primeira vez que Dota senta no banco dos réus. No final de julho, no terceiro dia de júri, ele disse que não confiava mais em seu defensor, o advogado Ricardo Martins, e pediu que fosse afastado do caso. Com isso, o julgamento volta à estaca zero, já que vão ter que ser escolhidos novos jurados e as testemunhas voltarão a ser ouvidas.

No primeiro dia de julgamento, ocorrido em 23 de julho, foram ouvidos a mãe de Bianca, a delegada Gisele Priscila Capello Lelo e o investigador Mauríciu Vestyik. Eles também afirmaram durante os depoimentos que Dota assediava Bianca e que ele apresentava arranhões nos braços após o crime.

Robson Ventura - 13.dez.2011/Folhapress
O motoboy Sandro Dota é acusado da morte da estudante Bianca Ribeiro Consoli, de 19 anos, em setembro de 2011
O motoboy Sandro Dota é acusado da morte da estudante Bianca Ribeiro Consoli, de 19 anos, em setembro de 2011

No dia 24, foi ouvida a perita criminal Margarete Mitiko, que voltou a apontar a compatibilidade entre o sangue do réu e o encontrado em Bianca após o crime. "O sangue encontrado debaixo das unhas da vítima é compatível com o colhido na calça usada pelo réu", afirmou na época.

Antes dela, já tinha sido ouvida a perita Ana Cláudia Pacheco, que também apontou compatibilidade. Também foram ouvidos a papiloscopista policial Alaide Mariano, uma amiga de Bianca e um pedreiro que teria trabalhado na casa da jovem na época do crime.

A irmã da jovem mulher do réu, Daiana Consoli, disse em seu depoimento que o acusado "era possessivo e não gostava de ser contrariado." Disse que acreditava na inocência de Dota logo após o crime, mas acabou percebendo que havia "algo errado", quando ele se negou a fornecer material para o DNA.

Também depôs o namorado de Bianca, que disse que o réu já tinha "mexido" com a jovem, e a perita Angélica de Almeida, que disse que ela morreu por asfixia e havia lesões no corpo da jovem que indicava luta corporal entre ela e seu assassino.

Com o cancelamento do outro julgamento, todos terão de ser ouvidos novamente.

Reprodução/Facebook
A estudante Bianca Ribeiro Consoli, 19, foi assassinada em sua casa, em 2011, na zona leste de São Paulo
A estudante Bianca Ribeiro Consoli, 19, foi assassinada em sua casa, em 2011, na zona leste de São Paulo

O CASO

Bianca foi morta na noite de 13 de setembro de 2011, na casa onde vivia com seus pais, na zona leste de São Paulo. Ela foi encontrada com um saco plástico na cabeça e sinais de enforcamento.

Os pais de Bianca estavam trabalhando e ela estava sozinha em casa quando foi assassinada. A tia dela, que mora ao lado, estranhou ao ver as janelas da casa abertas, com todas as luzes e TVs ligadas. O portão estava trancado.

Quando a mãe da jovem chegou, chamou um primo de Bianca, de 10 anos, para pular o portão e abri-lo por dentro. Os familiares, então, entraram na casa e encontraram a jovem estendida na sala, perto de uma porta que dá acesso à sacada. Alguns móveis da casa estavam revirados, mas nada foi roubado.


Endereço da página:

Links no texto: