Hiram Mayr Cerqueira era ansioso e aflito. O tempo todo.
Paulo, seu filho, conta que os amigos do pai o descreviam assim: "O Hiram entra no restaurante e já vai logo pedindo, de uma só vez, filé bem passado com fritas, Coca-Cola, pudim de caramelo de sobremesa e troco para 10 mil réis".
Hiram nasceu em Nazaré da Mata (PE), mas aos dois anos já estava de mudança com a família. Passou por várias cidades: Tabapuã (SP), Catanduva (SP) e Rio, onde ficou por um bom tempo, segundo conta o filho. Em São Paulo, decidiu fazer direito.
Formou-se na turma de 1943 da USP e trabalhou por um período como advogado. Até que montou um posto de gasolina no Sumaré, em São Paulo, em sociedade com o irmão do político Abreu Sodré --Sodré, inclusive, era seu padrinho de casamento.
Foi grande amigo de outros governantes -como Faria Lima, prefeito de São Paulo nos anos 60. Hiram chegou a ser subprefeito de Santo Amaro na época, como lembra o filho.
Depois do posto, dedicou-se a construir e a vender casas, ramo em que ficou até se aposentar. Aos 90 ainda tomava conta de seus negócios.
Descrito como inteligente, gostava de ler ("de tudo") e adorava música erudita, especialmente Bach e Mozart.
Do primeira casamento ficou viúvo em 1979. Teve um segundo relacionamento.
Morreu na segunda (9), aos 93, devido a problemas cardíacos, respiratórios e renais. Teve dois filhos e quatro enteados. A missa do sétimo dia será hoje, às 20h, na paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, onde se casou em 1952 --o primeiro matrimônio realizado na igreja, segundo Paulo.
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