Folha de S. Paulo


Médicos estrangeiros chegam aos Estados onde irão atuar

Capitais brasileiras começaram a receber neste final de semana os médicos com diploma estrangeiro que irão atuar no interior do país pelo programa Mais Médicos, do governo federal.

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Os profissionais chegaram a Estados como Maranhão, Alagoas, Piauí, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Acre, Tocantins, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Amazonas e Amapá.

Eles devem começar a atender pacientes na rede de saúde pública a partir do dia 23. Até lá, passam por uma semana de acolhimento, em que conhecerão a estrutura em que irão trabalhar e receberão treinamento sobre as características da população local e as doenças mais comuns no Estado.

Em algumas cidades, os médicos foram recebidos com pompas e por comitivas oficiais. Em Macapá (AP), um grupo de dança regional fez uma apresentação para os seis cubanos que chegaram ao aeroporto, no sábado à noite, e ofereceram bebidas típicas. No Tocantins, o governador Siqueira Campos (PSDB) recebeu os 18 médicos estrangeiros no palácio do governo.

Outros 16 médicos formados no exterior também desembarcaram em Florianópolis na tarde de ontem. Eles vieram do Rio de Janeiro, onde fizeram o curso preparatório de três semanas. Além deles, quatro profissionais, que fizeram o curso no Rio Grande do Sul, devem chegar neste domingo (15).

Segundo o Ministério da Saúde, não houve registro de hostilidade, como ocorreu quando os profissionais chegaram ao Brasil, no final de agosto.

TREINAMENTO

Os médicos passaram por três semanas de treinamento e foram avaliados quanto ao domínio da língua portuguesa e o desempenho frente a casos clínicos. Apenas quem tivesse desempenho final de no mínimo 50% seria enviado às cidades escolhidas.

Segundo o Ministério da Saúde, 682 médicos fizeram o treinamento -400 cubanos e 282 vindos de outros países. O Ministério da Educação, responsável pela avaliação, informou que cerca de 90% deles foram aprovados e estão sendo enviados aos Estados.

Os médicos só irão atuar após a emissão do registro profissional pelos Conselhos Regionais de Medicina. O registro é provisório e dará o direito de atuar exclusivamente na atenção básica e apenas nas cidades a que forem designados.

Em alguns Estados, como o Ceará, o governo federal teve que entrar com medidas judiciais para obrigar os conselhos a emitirem as carteirinhas. As entidades são contrárias ao registro porque os médicos do programa foram dispensados do exame de revalidação do diploma, obrigatório por lei. A medida provisória que instituiu o Mais Médicos, porém, prevê a dispensa do teste.


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