Folha de S. Paulo


Morta e agressor da Galeria do Rock tiveram relação interrompida pelo crack

A mulher morta na tarde de quarta-feira dentro na Galeria do Rock, ponto turístico do centro de São Paulo, era viciada em crack e já teve um relacionamento com o suspeito de matá-la, o tatuador Rodolfo Preisig, 28. As informações foram passadas por amigos da vítima e familiares do suspeito, que pediram para não ser identificados.

O relacionamento entre Renata e o suspeito foi abalado por causa da droga. Como ambos eram usuários, as discussões por causa da droga eram frequentes, de acordo com pessoas próximas.

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A vítima, que, de acordo com a polícia, aparentava ter 25 anos, deixou dois filhos. Ela era moradora de rua e tinha a avó como única familiar próxima viva. A mãe também teria sido assassinada após ter dívidas com drogas.

Segundo familiares de Rodolfo, o tatuador chegou a alugar um box no centro comercial e montou um estúdio de tatuagem. O comércio foi fechado devido a uma série de conflitos com skinheads, grupo rival aos punks, ao qual ele pertence.

EMBOSCADA

Pessoas próximas a Renata relataram que ela também era punk quando se relacionava com Preisig. Porém, há alguns meses, ela começou a participar de um grupo de skinheads.

Segundo familiares de Preisig, o tatuador já havia se desentendido com Renata outras vezes. Após uma delas, a mulher teria armado uma emboscada para o ex. Há cerca de dois meses, ela teria convencido o tatuador a ir a um local onde amigos dela o esperavam.

Quando chegou ao local, o tatuador levou uma facada nas costas do companheiro de Renata. A família disse ter encontrado o tatuador apenas três dias após a agressão. Ele estava internado no hospital do Servidor Público.

O mesmo agressor já teria matado um amigo de Preisig. O estopim dos confrontos também teria sido a rivalidade entre punks e skinheads.

ARREPENDIMENTO

Após ser preso, Rodolfo Preisig disse ter se arrependido de ter matado a ex-companheira. "Eu fiz uma merda, não queria ter matado ela [Renata]", disse à atual mulher quando ela o visitava no CDP (Centro de Detenção Provisória) do Belém, na zona leste da capital paulista.

O homem, que já tem passagens pela polícia, como roubo e formação de quadrilha, encerrou a conversa com a companheira com um pedido: "Cuide do nosso filho e não se esqueça de mim. Sei que errei e vou pagar pelo que fiz."

CRIME

Na tarde de quarta-feira (11), Renata tomava cerveja numa lanchonete da Galeria do Rock. Imagens de câmeras do local mostram a atual mulher de Preisig se aproximar com uma criança no colo.

Ela discute e faz gestos contra Renata, que retruca. "Ele [Preisig] entrou na lanchonete, perguntou porque ela [Renata] tinha falado aquilo para a mulher dele e deu um único golpe", disse.

A perfuração, segundo bombeiros que atenderam a ocorrência, acertou a veia jugular da mulher. Uma vendedora que trabalha na loja ao lado e presenciou o crime disse que a vítima ainda xingou o ex-companheiro antes tirar o canivete do pescoço e cair.

Policiais militares da Operação Delegada, que atenderam a ocorrência, disseram que a mulher já estava morta quando chegaram ao local. Após o crime, Preisig tentou despistar os policiais que o seguiam entre veículos pela avenida São João, mas foi detido por PMs que trabalhavam na Operação Delegada.

Outras duas pessoas foram detidas no local. Um deles é Ricardo Gabriel de Jesus Inácio, 26, e Eduardo Tomé Nunes Santos, 35. A polícia chegou a dizer que um deles era irmão do suspeito, o que foi corrigido posteriormente.


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