Folha de S. Paulo


Conselho de Medicina prevê colapso na saúde no Amazonas

O Conselho Regional de Medicina afirma que a saúde pública do interior do Amazonas poderá sofrer um "colapso" em cinco anos.

"Os médicos do interior estão envelhecendo e não vemos a adoção de soluções que possam mudar esse cenário", diz Antônio de Pádua Ramalho, chefe do departamento de fiscalização do conselho no Amazonas.

De acordo com a entidade, há cerca de 3.700 médicos na capital e 300 nos 61 municípios do interior.

Os profissionais estrangeiros do Mais Médicos atuarão somente no interior.

Para o secretário de Estado da Saúde, Wilson Alecrim, o problema da saúde no Amazonas não passa pela estrutura. "Há pelo menos um hospital em cada município", diz.

"Temos de 55% a 60% dos leitos ociosos no interior, pois quem interna paciente é médico. E, como tem pouco médico, há pouca atividade de internação", justifica.

"Já tentamos de tudo, como salários mais altos, mas a dificuldade de se preencher vagas existe no Brasil todo."

O Estado discute com a categoria a implantação de um sistema de trabalho semelhante ao adotado em plataformas de petróleo, de alta exigência aos profissionais: equipes médicas trabalhariam por 21 dias no interior e poderiam folgar os 21 seguintes na capital.


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