Folha de S. Paulo


Aplicativo para celular muda a forma de 'pegar um táxi'

A chamada do táxi ao toque de um dedo. E olha que nem precisa esticá-lo no meio da rua. Os aplicativos de smartphones e tablets são a nova "bandeira" dos taxistas paulistanos na corrida para garantir a clientela.

Inspirados em iniciativas de sucesso nos EUA e na Europa, São Paulo conta hoje com oito programas que são baixados gratuitamente. No Rio, são ao menos seis, em Belo Horizonte, três.

Um dos mais populares, o EasyTaxi, diz que trabalha com uma frota de 16 mil taxistas em São Paulo --pela metrópole, circulam 34 mil táxis, dirigidos por 42 mil taxistas.

Ou seja, ao menos 38% dos profissionais já usam a ferramenta --uma vez que cada motorista pode usar mais do que um aplicativo.

Ao contrário do que ocorre em algumas empresas de radiotáxi, o usuário desses apps não paga nada além do que consta do taxímetro.

Editoria de Arte/Folhapress

"É praticamente um chofer", brinca o diretor de arte Fábio Goldfarb, 39, que há dois anos deu adeus ao carro e usa táxi por aplicativos quatro vezes por semana. "É seguro e dá independência."

Também é simples de usar. Basta baixar o aplicativo e fazer um cadastro, com nome, e-mail e telefone. Já os taxistas precisam fornecer alvará, carteira de motorista e placa, entre outros dados.

Alguns apps cobram dos taxistas uma taxa por corrida, outros são gratuitos --o lucro, esperam, deve vir da venda de anúncios.

Passageiros ouvidos pela Folha alegam uma série de razões por optar pelo serviço.

Citam, por exemplo, o "apagão" de táxis, principalmente em horários de rush e em regiões como os Jardins e o centro expandido. Culpa do trânsito, dizem as empresas.

"Baixei o app na noite em que nenhuma radiotáxi tinha carro disponível para me buscar tarde no trabalho", conta Laura Rabelo, 33, executiva. "Funcionou, aí virei fã."

A demora é outra queixa. Na última semana, a reportagem testou nove empresas de radiotáxi e três aplicativos no mesmo endereço, av. Cruzeiro do Sul (zona norte), e horário: no rush da tarde.

A espera informada por cinco empresas variava de 16 a 30 minutos. Outras quatro não deram nem sequer previsão. Nos aplicativos, o tempo estimado era de 5 a 10 minutos.

Durante as últimas três semanas, a reportagem conversou com 30 taxistas que pautam suas corridas pelo celular. Eles dizem que a região dos Jardins/Paulista é hoje a principal praça, seguida por Higienópolis, Moema, Vila Nova Conceição e Berrini.

Colaborou RICARDO SENRA


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