A vila ferroviária de Paranapiacaba, em Santo André (Grande São Paulo), vai receber R$ 42,4 milhões do governo federal para restaurar parte das antigas instalações da São Paulo Railway Company.
O dinheiro, proveniente do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas será destinado à reforma de 242 imóveis do distrito, localizado no ABC.
"É o maior investimento feito na vila desde a compra por parte da Prefeitura de Santo André, em 2002", disse o secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, Ricardo Di Giorgio.
Ele afirmou que a expectativa é começar as obras em janeiro. A vila, criada pelos ingleses da São Paulo Railway Company, em 1860, é tombada por órgãos de patrimônio nacional e estadual.
"Após anuncio feito no mês passado temos 180 dias para apresentar os projetos executivos ao governo federal", disse Di Giorgio. "Depois será feito um estudo e então começaremos a fazer os trâmites licitatórios. A reforma deve durar três anos."
Jorge Araujo/Folhapress | ||
Vila ferroviária de Paranapiacaba terá 43,4 milhões do PAC para reforma e restauração |
POLO TURÍSTICO
Com o repasse do governo federal, a prefeitura pretende transformar Paranapiacaba no maior polo turístico da Grande São Paulo.
Segundo o secretário, a ideia é trazer investimentos privados e transformar a antiga vila inglesa em uma referencia para o turismo local.
Em junho, uma decisão da Justiça Federal obrigou a União a apresentar um plano de recuperação do lugar, que abriga parte da memória ferroviária do país.
JUSTIÇA FEDERAL
A ordem foi do juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, que acatou argumentos de uma ação do Ministério Público do Estado alegando que a vila se encontra em situação de "completo abandono".
Di Giorgio diz que o repasse federal não tem relação com a decisão da Justiça de obrigar o governo federal em investir em Paranapiacaba.
"Foi uma grande coincidência. Agora vamos usar esse argumento à Justiça. R$ 42 milhões é 20 vezes o valor pago para adquirir a vila."
Segundo ele, de 2002 até 2012, a prefeitura e a iniciativa privada investiram mais de R$ 5 milhões em obras de restauro do distrito.