Folha de S. Paulo


Polícia divulga laudos a familiares de casal de PMs mortos em chacina em SP

Familiares de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, suspeito de matar os pais, a avó e a tia-avó e depois cometer suicídio em uma casa na Brasilândia (zona norte de São Paulo), ouviram o conteúdo dos nove laudos da perícia sobre o caso. A apresentação dos documentos sobre o crime foi feita na manhã desta quinta-feira, por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investigam o caso.

Segundo a polícia, a reunião para tomar ciência dos laudos que compõem o inquérito foi solicitada pela família das vítimas. Eles foram lidos por Sebastião de Oliveira Costa, irmão da avó e tia-avó de Marcelo para as outras quatro pessoas da família e um pastor evangélico que os acompanhava.

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Os investigadores concluíram que os laudos são coerentes com a linha de investigação policial, que aponta o garoto como assassino dos familiares e depois ter cometido o suicídio. Após o encontro, os policiais disseram que o grupo foi questionado se ainda havia alguma dúvida a respeito da investigação. Os familiares negaram.

A Polícia Civil disse que a família chegou ao local por volta das 10h e saiu às 13h45.

O CASO

De acordo com a principal linha de investigações, Marcelo matou a família, dirigiu com o carro dos pais até a escola, frequentou as aulas de manhã e retornou para casa de carona. Na sequência, ele se matou.

A Polícia Militar disse que investiga também a acusação de que Andreia teria sido convidada a participar de roubos a caixas eletrônicos. A informação foi dada pelo deputado estadual Olímpio Gomes (PDT), major da reserva da PM. Ele denunciou o caso à Corregedoria da corporação.

Luis Marcelo Pesseghini, 40, pai do menino, era sargento da Rota. A mulher dele, Andreia, 36, era cabo do 18º Batalhão. As outras vítimas moravam na casa nos fundos: a mãe e uma tia de Andreia, de 65 e 55 anos.

A casa onde a família foi morta não teve a cena de crime totalmente preservada. A informação consta de nota divulgada na terça-feira (13) pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

"O departamento [Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, DHPP] apenas confirmou afirmação da imprensa de que o local 'não estava totalmente idôneo'. Isso, evidentemente, não quer dizer que houve violação proposital da cena do crime", diz o texto.

Sebastião de Oliveira Costa, 54, parente das vítimas, disse que chegou à casa às 17h45 do dia 5 e que havia ao menos 30 PMs dentro dela, antes da chegada da perícia.

Peritos constataram nessa semana que os disparos poderiam ser ouvidos a 50 metros da casa da família. Nenhum vizinho, no entanto, disse ter ouvido os disparos.


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