Folha de S. Paulo


Acordo define que empresas assumirão linhas de viação parada

Um acordo firmado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de SP decidiu que as empresas Transppass e Gato Preto, que integram o consórcio Sudoeste, passarão a ser responsáveis pelas linhas que eram até então da Oak Tree, cujos funcionários estão parados desde o último sábado (31).

Pelo acordo, as duas empresas também vão absorver os 500 funcionários que trabalhavam para a Oak Tree e garantirão o pagamento dos salários atrasados. Segundo o sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus, a homologação do acordo será feita no dia 10 e a transferência completa será concluída no dia 31.

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O acordo foi fechado na tarde desta quarta-feira após cinco dias de paralisação da Oak Tree, que era responsável por 83 veículos, que atendem nove linhas. Os funcionários pararam após a suspensão dos salários. Nesse período, a SPTrans multou a empresa por "não cumprir partidas", totalizando R$ 59.040. Em média, a empresa Oak Tree atende 42 mil pessoas por dia.

No início da noite de hoje, a SPTrans começou a reforçar o atendimento das linhas da Oak Tree. Até então, o Paese estava atendendo em torno de 50% delas e agora passou para 75% da frota original. "A medida tem como objetivo retomar gradativamente a normalidade da operação do sistema da zona oeste", diz a SPTrans.

PARALISAÇÃO

Além da Oak Tree, houve uma outra paralisação na manhã desta quarta-feira de motoristas e cobradores da viação Itaquera Brasil, que atende a zona leste da capital paulista.

Os funcionários paralisaram as operações e bloquearam o acesso ao terminal Cidade Tiradentes (zona leste) em protesto, reivindicando pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A empresa é responsável por 288 ônibus, que ficaram sem sair da garagem até o início da tarde.

Segundo a SPTrans, ela também foi multada para paralisação desta quarta-feira, no valor de R$ 31.680.

"Já chegamos no limite do suportável. A população não tem culpa se essas empresas estão sendo mal administradas. Se o empresário não tem condição de prestar o serviço tem que abrir mal do contrato pelo bem-estar da população", afirmou Haddad nesta quarta-feira.

"O que recomendei ao secretário Jilmar Tatto é, em função da reincidência, buscar definitivamente uma solução, seja pela substituição dessas empresas, seja pela mudança de linha para outros consórcios. Eu penso que nós chegamos a um ponto limite de tolerância", acrescentou ele.

HADDAD

O prefeito afirmou também que estuda a criação de uma companhia municipal de ônibus para atuar em casos emergenciais como as paralisações dos últimos dias. Segundo Haddad, a medida poderia ser tomada já no próximo ano. "Será um Paese aperfeiçoado".

"Não [seria] uma companhia que absorvesse todo o sistema, mas uma que, eventualmente, em casos como esse, teria condição de operar o sistema sem prejuízos para a população", afirmou o prefeito.


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