Folha de S. Paulo


Após denúncias, coronel diz que vai rever práticas e trocar comando no Rio

Coordenador das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) há 24 dias, o coronel Frederico Caldas disse que pretende rever algumas práticas nas 33 unidades.

Ele também substituirá o comando de algumas unidades. A primeira foi a Rocinha, onde o pedreiro Amarildo de Souza desapareceu em julho.

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"Assumi um programa vitorioso. Estou fazendo diagnóstico, mas vou rever algumas práticas, principalmente dos policiais mais jovens, talvez ainda contaminadas por uma cultura antiga."

De acordo com o coronel, ele se dedicará em elaborar treinamentos para a tropa com ênfase em relações humanas, mediação de conflitos e ética.

"É preciso que o policial tenha capacidade melhor de diálogo, se distanciando de estereótipos sobre os moradores" explica. Ele reconhece que fazer isso é o desafio.

Ele aponta que no Complexo do Alemão, por exemplo, na zona norte, os moradores ainda olham com "desconfiança para os policiais".

"Ninguém gosta de ser revistado. As pessoas se sentem ofendidas. Quando a gente aborda alguém, dependendo da forma, isso é potencializado. O policial acaba produzindo uma
ocorrência", diz.

O coronel pretende se reunir neste mês com líderes comunitários de todas as favelas com UPPs para melhorar o relacionamento entre moradores e policiais.

Segundo o coronel, as denúncias de agressões praticadas por policiais são apuradas, e os PMs, afastados.


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