Folha de S. Paulo


Psiquiatra vai fazer perfil psicológico de Marcelo Pesseghini

O psiquiatra forense Guido Palomba começou a analisar nesta sexta-feira o inquérito que investiga a morte de uma família de PMs na Brasilândia, zona norte da capital paulista, no dia 5 de agosto.

Especialista em avaliar o comportamento de vários criminosos, Palomba se reuniu com delegados e investigadores para conversar sobre os 48 depoimentos ouvidos até hoje e para obter detalhes do inquérito.

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O objetivo da polícia é que o psiquiatra trace um perfil psicológico do garoto Marcelo Bovo Pesseghini, 13, o único suspeito de assassinar quatro familiares e depois se suicidar.

Conforme a polícia, Marcelo matou o pai, o sargento da Rota Luis Marcelo Pesseghini, a mãe, a cabo da PM Andre Regina Bovo Pesseghini, a avó, Benedita Oliveira Bovo, e uma tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva.

A polícia deve receber na próxima semana os laudos sobre o crime. Entre eles, estão análises sobre a cena do crime, informações sobre as autópsias realizadas nas vítimas e até detalhamento das ligações telefônicas feitas pelo garoto nos dias que antecederam a chacina.

O CASO

Segundo as investigações, a família Pesseghini foi morta entre a madrugada de domingo (4) e manhã de segunda-feira (5).

Para a polícia, Marcelo, de 13 anos, atirou nos pais, na avó e na tia-avó, dirigiu com o carro dos pais até a escola, frequentou as aulas de manhã e retornou para casa de carona. Na sequência, ele se matou.

Logo após o crime, o chefe de Andreia, o tenente-coronel Wagner Dimas, chegou a dizer que disse que Andreia havia delatado colegas envolvidos em roubo a caixas eletrônicos. Ele afirmou ainda que não acreditava que Marcelo fosse o responsável pelas mortes.

No dia seguinte, porém, ele foi chamado para depor na Corregedoria da PM e desmentiu os fatos. Na ocasião, o policial disse que não foi claro ao se expressar ao repórter que o entrevistava, da rádio Bandeirantes. Dimas foi afastado do comando do 18º batalhão depois disso.

CENA DO CRIME

A casa onde a família foi morta não teve a cena de crime totalmente preservada. A informação consta de nota divulgada no dia 13 pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

"O departamento [Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, DHPP] apenas confirmou afirmação da imprensa de que o local 'não estava totalmente idôneo'. Isso, evidentemente, não quer dizer que houve violação proposital da cena do crime", diz o texto.

Sebastião de Oliveira Costa, 54, parente das vítimas, disse que chegou à casa às 17h45 do dia 5 e que havia ao menos 30 PMs dentro dela, antes da chegada da perícia.


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