Os moradores de Santos (Baixada Santista) enfrentaram uma manhã de transtornos nesta sexta-feira, por causa de um protesto em diferentes pontos da cidade.
Representantes das centrais sindicais bloquearam os principais acessos à cidade, durante a madrugada, e mantiveram vários estabelecimentos comerciais fechados.
Os atos foram organizados pelas entidades sindicais para protestar contra o Projeto de Lei 4.330, que prevê a terceirização de várias categorias de trabalhadores. Não houve casos de violência e depredação.
A mobilização teve início por volta de 5h, quando houve o bloqueio da rodovia Anchieta e também dos acessos às cidades de São Vicente e Guarujá.
O trânsito ficou represado até 10h30. Para minimizar o impacto, a Polícia Militar permitiu que motocicletas trafegassem pela ciclovia que corta a orla santista.
"Tentei ir a São Paulo, onde trabalho, mas não consegui sair da cidade e tive de voltar para casa", afirmou a analista de suporte de TI, Lilian Tuxen, 29.
Ela embarcou em um ônibus fretado, rumo à capital, às 5h30. "Estava tudo parado. Não dava para ir nem pela Anchieta nem pela balsa [sentido Guarujá], que também estava bloqueada", disse Lilian.
Mesmo quando houve a liberação dos primeiros acessos, o sufoco prosseguiu para quem teve de sair da cidade. Os agentes de trânsito desviaram o fluxo de veículos para a região portuária, mas os motoristas tiveram de esperar horas até conseguirem chegar ao seu destino.
"Para chegar até a rodovia Anchieta, rumo a Cubatão, tive de enfrentar uma grande fila de caminhões", disse a servidora pública Érica França. Segundo ela, foram cerca de 40 minutos gastos em um percurso de poucos metros.
O comércio na região central da cidade manteve as portas fechadas durante toda a manhã.
Nos bairros vizinhos, alguns estabelecimentos funcionaram normalmente, mas o movimento estava abaixo do esperado. Uma manifestação deve ocorrer na Praça Mauá, em frente à prefeitura da cidade, no início da tarde.
Cerca de cem manifestantes se reuniram em frente à prefeitura, mas o protesto logo se dispersou. O comércio voltou a funcionar normalmente no centro.
Os manifestantes planejam um protesto próximo das refinarias de Cubatão, às margens da rodovia Cônego Rangoni, no fim da tarde desta sexta-feira.