Seis dos oito operários mortos no desabamento de um prédio em construção da zona leste de São Paulo, na manhã de ontem (27), eram no Estado do Maranhão. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a maior parte deles também tinha menos de 30 anos.
Os nomes foram divulgados apenas nesta quarta-feira pela secretaria. Ao todo, oito pessoas morreram no desabamento e outras 26 ficaram feridas. Duas permanecem desaparecidas e estão sendo procuradas por equipes dos bombeiros.
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Após o acidente, 17 pessoas foram socorridas e encaminhadas para os hospitais municipais de Sapopemba, Cidade Tiradentes, São Mateus, Dr. Carmino Caricchio (Tatuapé) e no Hospital Santa Marcelina, e já tinham recebido alta na tarde desta quarta-feira.
Outras quatro pessoas tinham sido atendidas nos hospitais estaduais de São Mateus e Sapopemba. Três delas já receberam alta e uma continua internada em São Mateus, após passar por cirurgia. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ela passa bem e passará por avaliação de médicos ainda hoje.
Ontem, a Secretaria Municipal de Saúde chegou a dizer que os demais feridos foram atendidos no local do acidente e liberados.
Veja a lista de mortos:
- Marcelo de Sousa Rodrigues, 22, natural de Barra do Corda - Maranhão
- Ocirlan Costa da Silva, 19, natural de Mirador - Maranhão
- Antônio Carlos Carneiro Muniz, 36, natural de Grajaú - Maranhão
- Raimundo Barboza de Souza, 38, natural de Imperatriz - Maranhão
- Leidiano Teixeira Barbosa, 27, natural de Barra do Corda - Maranhão
- Felipe Pereira dos Santos, 20, natural de Imperatriz - Maranhão
- Raimundo Oliveira da Silva, 29, natural de Itaguatins - Tocantins
- José Ribamar Soares do Nascimento, 20, (sem a naturalidade)
Os dois operários que permanecem desaparecidos são o pedreiro Claudemir Viana e o ajudante de limpeza Antonio Wellington.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, a obra não tinha alvará necessário para construção e, de março para cá, já tinha sido multado duas vezes. Após o acidente, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que "tudo estava errado" na obra.
Em 13 de março, a Subprefeitura de São Mateus emitiu um auto de intimação e um auto de multa --no valor de R$ 1.159-- por falta de documentação no local da obra. No dia 25 do mesmo mês, a subprefeitura emitiu outra multa pelo não cumprimento da intimação anterior, no valor de R$ 103.500, e embargou a obra.
RESPONSÁVEIS
O advogado Edilson Carlos dos Santos, que representa o dono do prédio, Mustafa Abdallah Mustafa, afirmou que modificações feitas por uma empresa de engenharia depois que o galpão já havia sido entregue à rede de lojas Torra Torra podem ter causado o acidente.
Segundo Santos, a obra foi entregue em julho para a Torra Torra, que alugou o imóvel para fazer uma nova unidade. Ele diz que funcionários da empresa Salvatta Engenharia teriam feito escavações no terreno. A empresa, sempre segundo o advogado, estava fazendo alterações para a instalação de elevadores e escadas.
Já a Salvatta Engenharia disse em nota ter sido vítima "da irresponsabilidade dos proprietários" do imóvel. A nota também é assinada pelo Magazine Torra Torra, que contratou a empresa.
De acordo com o texto do Torra Torra e da Salvatta, a responsabilidade pela construção foi do dono do prédio. "As chaves do imóvel ainda não foram entregues pelo proprietário, porque as obras a que se obrigou não foram concluídas. Também não houve a entrega do Alvará de Construção e nem do Projeto Executivo", diz trecho da nota.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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