Folha de S. Paulo


Especialista que atuou após terremoto no Chile ajuda bombeiros em SP

As equipes do Corpo de Bombeiros que atuam na busca por sobreviventes no desabamento de um prédio na zona leste de São Paulo contam com o apoio de um especialista em equipamentos eletrônicos de busca que atuou no resgate de vítimas no terremoto do Chile em 2010, onde 800 pessoas morreram.

Aos 68 anos, o argentino naturalizado canadense Carlos Barbouth é diretor de uma empresa do ramo no país. O homem franzino e que precisa de um óculos de grau para executar o trabalho minucioso prefere não enumerar onde atuou, mas o jaleco azul com brasões costurados indicam alguns dos países.

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Avener Prado/Folhapress
O especialista Carlos Barbouth utiliza aparelho durante buscas por vítimas de desabamento de prédio na região de São Mateus, na zona leste de São Paulo
O especialista Carlos Barbouth utiliza aparelho durante buscas por vítimas de desabamento de prédio na região de São Mateus

No Peru, país onde há grande número de tremores, o técnico treinou bombeiros. Em 2011, ele também esteve nos escombros de um prédio em construção de 34 andares que desabou em Belém (PA). Um dos seus aparelhos ajudou a localizar uma vítima quase 36 horas depois do acidente.

Desde ontem, o técnico trabalha em conjunto com os bombeiros na localização dos desaparecidos no desabamento de outro prédio em construção, em São Mateus, na zona leste de São Paulo, na manha de ontem (27).

Segundo Babouth, quando a empresa que representa fica sabendo sobre alguma catástrofe entra em contato com os bombeiros da área para oferecer ajuda. "Muitas vezes quando os aparelhos são utilizados com muita intensidade deixamos no país em solidariedade", disse.

APARELHOS

Desta vez, o técnico trouxe dois aparelhos de última geração para ajudar na localização de vítimas em meio aos escombros do prédio.

Por meio de uma microcâmera instalada na ponta de uma haste flexível que pode alcançar ate seis metros de extensão, um dos aparelhos, chamado "search cam", gera imagens de pontos de difícil acesso nos escombros e as transmite para uma monitor, permitindo ver se há alguma vítima presa.

Segundo Barbouth, o aparelho permite ate mesmo conversar com a pessoa soterrada para saber como ela esta, se tem alguma parte do corpo presa aos escombros e se tem outras pessoas próximo dela.

Outro aparelho utilizado é o chamado "life detector", capaz de identificar desde o barulho de um relógio até a respiração de uma pessoa.

Editoria de Arte/Folhapress

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