Folha de S. Paulo


Padilha critica protesto no Ceará e defende médicos estrangeiros

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) também saiu em defesa dos médicos estrangeiros, vindos para trabalhar no programa federal Mais Médicos e que foram chamados de "escravos" por médicos brasileiros no Ceará, na noite de ontem.

"Lamento a postura de alguns profissionais, um grupo isolado que tem atitudes truculentas, incitam preconceito e a xenofobia", disse.

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Mais cedo, o secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, também declarou que o protesto "foi um ato de truculência, violência, agressividade, xenofobia, preconceito e racismo".

Os médicos brasileiros participaram de protesto promovido pelo Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará). Além de terem chamado os cubanos de "escravos", eles também pediram que a revalidação de seus diplomas seja exigida.

Para Alexandre Padilha, o movimento criou "um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender nossa população apenas nos municípios onde nenhum profissional brasileiro quis atender".

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O ministro ressaltou que vai continuar trabalhando para acabar com qualquer "conotação de ideologia partidária".

"Até porque, o primeiro governo a buscar médicos em Cuba para atender no Brasil foi o PSDB. Fernando Henrique era o presidente da República e o governador de Tocantins era do [partido] PFL", disse.

Padilha disse ainda que a presidente Dilma Rousseff recebeu apelos de todos os prefeitos, de todo os partidos e de todo país para solucionar a questão dos municípios em que não há médicos.

"Faltam médicos em todos os cantos. Esse é um debate importante, democratizar os cursos de medicinas. Uma das ações do Mais Médico é ampliar o acesso de estudantes da periferia e do interior", disse. "Vamos usar de todas as estratégias", concluiu.

Jarbas Oliveira-26.ago.13/Folhapress
Manifestantes ligados ao Sindicato dos Médicos do Ceará protestam durante a passagem de médicos estrangeiros
Manifestantes ligados ao Sindicato dos Médicos do Ceará protestam durante a passagem de médicos estrangeiros

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