Folha de S. Paulo


Brasileiro está entre os mortos em incêndio em prisão na Bolívia

Um brasileiro e um peruano estão entre os 32 mortos na prisão boliviana de Palmasola depois de uma briga entre gangues na última sexta-feira (24). O local pegou fogo durante o confronto depois de dois botijões de gás explodirem.

O brasileiro foi identificado como Luís Carlos Silva de Almeida, 25. Já o peruano era Cristian Daza Gramados, de 17. Os nomes dos dois está na lista oficial da Direção Nacional de Regime Penitenciário da Bolívia, que também confirmou a morte de uma criança de dois anos.

O local é considerado o centro penitenciário mais conflituoso da Bolívia. A briga começou na área de segurança máxima de Chonchocorito, aparentemente por disputa de poder entre duas facções de presos.

Dos 32 mortos, só dois tinham uma sentença determinada --ambos por assassinato-- enquanto os outros estavam em prisão preventiva aguardando sentença e até julgamento. Mais da metade dos mortos tinha entre 17 e 30 anos, de acordo com a lista oficial.

Após o incidente, a Direção Nacional de Regime Penitenciário ordenou novas medidas de segurança na área de Chonchocorito, entre elas o isolamento dos detentos de um de seus blocos e a restrição de visitas.

As prisões bolivianas apresentam sérios problemas de conflito e aglomeração, explicadas, entre outros fatores, por 83% dos mais de 13.800 detentos estarem em prisão preventiva sem sentença e o atraso crônico na administração de justiça do país.

O governo boliviano deu no fim de 2012 um indulto em massa para tentar aliviar esta situação, medida que admitiu estudar a ampliação para diminuir os problemas registrados nos presídios.

Nos últimos meses também se levantou uma polêmica pela presença em massa de crianças nas prisões bolivianas. São quase 2.100 menores de idade vivendo com os pais, uma situação única no mundo, segundo o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

As autoridades começaram em junho a retirar parte das crianças que viviam nas prisões depois de estabelecer um acordo com os pais, embora os bebês ainda continuem vivendo com eles.


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