Folha de S. Paulo


Família de Amarildo diz estar sendo ameaçada por PMs da UPP Rocinha

A família do pedreiro Amarildo Dias de Souza, 43, morador da favela da Rocinha (zona sul carioca) que está desaparecido desde 14 de julho, disse nesta segunda-feira (26) à Polícia Civil que está sendo ameaçada por policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local.

Em depoimento aos policiais, Elisabete Gomes da Silva, mulher de Souza, afirmou que um PM chegou a encostar um revólver no rosto do seu sobrinho no último domingo.

"O garoto é filho da irmã do Amarildo. Ele contou que o policial disse que ele deu sorte porque era dia, se fosse noite já tinha desaparecido com ele", afirmou o advogado da família do pedreiro, João Tancredo, à Folha.

Os PMs que estariam ameaçando os moradores não foram identificados. É a terceira vez que os familiares de Amarildo Souza prestam depoimentos à Polícia Civil. Na semana que vem completa um mês que a polícia investiga o caso.

De acordo com depoimentos, Amarildo de Souza foi levado por policiais militares para a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Segundo policiais, ele teria sido levado para lá para que fosse feito um reconhecimento. Pensavam que se tratava de um traficante conhecido como Guinho.

O major Edson Santos, comandante da UPP Rocinha, disse ter liberado Amarildo de Souza em "cinco minutos". Desde então, o pedreiro não foi mais visto. A Delegacia de Homicídios do Rio investiga duas hipóteses para o desaparecimento de Amarildo Souza: ele ter sido vítima de policiais militares ou de traficantes de drogas.


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