Folha de S. Paulo


Retirada de famílias de casas de programa do governo tem confronto no MA

Cerca de 3.000 famílias que invadiram um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida em São José de Ribamar (MA) começaram a ser retiradas do local nesta segunda-feira (26).

Parte das famílias resistiu a sair do local e houve confronto com policiais militares e federais. Algumas pessoas atiraram pedras em direção à polícia, que reagiu com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

A Polícia Federal não tinha informações sobre feridos na operação. Ao menos uma pessoa foi detida, segundo a corporação. Ela foi ouvida e liberada em seguida.

A operação começou por volta das 6h. A previsão é que a reintegração de posse seja finalizada até o dia 1º de setembro.

O conjunto, chamado de residencial Nova Terra, havia sido invadido em março. Após a invasão, a Caixa Econômica Federal entrou com pedido de integração de posse dos imóveis, de acordo com a PF.

Cerca de 400 policiais federais estão no local enquanto as famílias são retiradas. A operação também é conduzida pela Polícia Militar e membros do Corpo de Bombeiros.

ONDA DE INVASÕES

No domingo (25), a Folha mostrou que conjuntos habitacionais do governo federal em diferentes Estados do país têm sido invadidos antes de serem entregues.

Os conjuntos fazem parte de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou do Minha Casa, Minha Vida, dois dos principais programas da gestão da presidente Dilma Rousseff.

A reportagem identificou casos na Bahia, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e São Paulo--onde um conjunto invadido na zona leste tem até síndicos e é cobrado R$ 50 de condomínio dos moradores.

Guilherme Boulos, representante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), diz que a maioria das invasões são de grupos sem organização de entidades nacionais e que o movimento só invade os conjuntos se houver irregularidades nas obras.


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