Folha de S. Paulo


Médico que não passar em exame de português voltará ao país de origem

Os médicos estrangeiros trazidos ao Brasil pelo governo federal para integrar o programa Mais Médicos podem ser devolvidos aos seus países de origem caso não passem na prova de língua portuguesa a que serão submetidos em três semanas, após o curso iniciado nesta segunda-feira (26).

As aulas vão das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Duas horas diárias são dedicadas à língua portuguesa.

Segundo Rodrigo Cariri, coordenador do curso, no último dia de aula os médicos terão de fazer prova oral e escrita.

O exame é nacional e será aplicado nas oito cidades em que há aulas.

"Vai ter uma avaliação da capacidade de comunicação em língua portuguesa, e pode ter gente que volte [por não passar no exame]", afirmou Cariri. De acordo com ele, os profissionais tinham, no momento da inscrição no programa, que responder se falavam português.

De acordo com o coordenador, os médicos também serão avaliados em atividades durante o curso.

O Ministério da Saúde confirmou que, se o desempenho dos médicos ao final do curso não for satisfatório, eles podem ser desligados do programa.

O CURSO

Os 115 médicos estrangeiros que vieram para o Recife participarão de um curso de 120 horas. O conteúdo é o mesmo em todas as regiões do Brasil.

Na primeira semana, o foco é a realidade brasileira, aspectos sociológicos, demográficos e políticos e o impacto que têm na situação atual do país.

Na manhã desta segunda-feira, eles assistiram ao documentário "O Povo Brasileiro", baseado na obra de Darcy Ribeiro.

"É preciso explicar como se consegue ter [no Brasil] Corola e Hilux e não consegue botar médico [em todas as cidades]", disse Cariri.

A segunda semana será dedicada a especificidades da saúde brasileira e protocolos de atendimento, como quais exames devem ser solicitados ao paciente na primeira consulta.

A última semana será dedicada a temas ligados a ética e legislação médica brasileira.


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