Folha de S. Paulo


Prefeitura diz não ter condições de dar reajuste a motorista de van

A Prefeitura de São Paulo afirmou na tarde desta quinta-feira que não tem condições de conceder o reajuste pedido pelos motoristas de van escolar que atuam no município. A categoria mantém um protesto desde o começo da tarde, fechando o viaduto do Chá, em frente à sede da administração municipal.

"O programa é essencial para as crianças, principalmente da periferia. Em maio já houve reajuste de R$ 700, que foi sacrifício orçamentário. Atender as atuais reivindicações não tem a mínima possibilidade financeira", afirmou o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto.

"O programa não vai acabar. Vai ser aperfeiçoado e será completamente reestruturado a partir do ano que vem. Mas nesse ano nada muda", completou ele.

Atualmente, a prefeitura tem em torno de 2.000 vans atendendo cerca de 71 mil crianças de escolas municipais. Segundo balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Educação, 178 peruas escolares pararam. Juntas essas vans transportam 3.560 crianças. Para o sindicato, porém, o número de afetados chegar a 30 mil.

"Queremos um reequilíbrio econômico-financeiro. Os custos são muito altos perto do que ganhamos", disse Hélio Menezes presidente da Artesul (Associação Regional de Transporte Escolar de São Paulo). Segundo ele, os motoristas ganham de R$ 3.000 a R$ 8.000 por mês. Os gastos variam entre R$ 6.000 e R$ 8.000.

Para Menezes, o valor repassado por aluno pela prefeitura é muito baixo. "Ganhamos R$ 36,88 por aluno transportado e R$ 0,25 por km rodado. Queremos receber R$ 80 por aluno no mínimo", disse.

Hoje, os perueiros recebem também um repasse da prefeitura de R$ 1.700 a R$ 2.800 fixos (dependendo do tamanho do carro). Eles querem mais R$ 3.000 no valor fixo e R$ 1,75 no quilômetro rodado.

César Callegari, secretário de Educação disse que teve uma reunião anteontem com a categoria e "não há justificativa para esse protesto, o diálogo com a categoria é permanecente e não pode haver negociação com ameaças e faca no pescoço."


Endereço da página:

Links no texto: