Folha de S. Paulo


Cufa suspende atividades nos complexos do Alemão e da Penha

A Cufa (Central Única de Favelas) suspendeu as suas atividades nesta segunda-feira nos complexos do Alemão e da Penha, zona norte do Rio, após nove anos na comunidade. Em nota publicada no site da ONG, só é explicado que a decisão acontece "em solidariedade ao Afroreggae".

No texto, os representantes da Cufa falam em "restrições impostas ao grupo", mas não detalham que ameaças possam ter sido sofridas por eles.

No mês passado, o Afroreggae chegou a interromper a atuação nas comunidades do complexo mas voltou atrás 15 dias depois. Um novo ataque aconteceu contra o grupo com os disparos contra uma unidade na favela. Na sexta-feira (16), o Afroreggae voltou a fechar as portas no Complexo do Alemão.

Os dirigentes da Cufa, que se pronunciaram apenas através da nota informaram que as ações serão retomadas quando "as restrições impostas ao grupo forem retiradas ou quando nossa instituição estiver segura e convicta de que nenhuma ação de quem quer que seja poderá levar medo ou risco às suas atividades ou seus membros".

AFROREGGAE

Um dia depois de ser reaberta no ínicio de agosto, a sede do AfroReggae na Vila Cruzeiro, uma das favelas do Complexo do Alemão, foi atingida por tiros no fim da tarde desta quinta-feira (1º).

A ONG tinha fechado sua representação no Alemão no dia 20 de julho, após o grupo receber ameaças e de um incêndio considerado criminoso que destruiu uma pousada do grupo.

O coordenador do AfroReggae havia decidido fechar a sede, mas decidiu reabri-la alguns dias depois. O governador Sérgio Cabral (PMDB) e o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, participaram da reinauguração.

Os traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Marcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, são suspeitos de terem ordenado o ataque.


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