Folha de S. Paulo


Prefeitura de São Paulo esvazia bico oficial de policiais militares

A Prefeitura de São Paulo também anunciou ontem um esvaziamento da Operação Delegada, bico oficial de PMs, criado durante a gestão Gilberto Kassab (PSD).

O prefeito Fernando Haddad (PT) desistiu de que manter essa operação para patrulhamento noturno na periferia, em que os PMs ajudariam na fiscalização do Psiu e no combate aos "pancadões".

Segundo a secretária Leda Paulani, esse projeto não foi bem visto pela população, que "considera a Polícia Militar violenta".

A prefeitura ainda afirmou que não houve interesse dos policiais militares.

Em março, a reportagem mostrou que só 120 policiais haviam manifestado interesse pelas 1.300 vagas abertas para esse bico oficial.

Em abril, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad haviam assinaram um acordo pelo qual o "bico oficial" de policiais militares, em vigor desde 2009 em São Paulo, seria estendido para a fiscalização de casas noturnas, barulho e patrulhamento de locais públicos, como parques.

Até então, a Operação Delegada era destinada só ao combate a camelôs.

Com a mudança, um terço dos PMs iria atuar à noite. A prefeitura gasta anualmente R$ 150 milhões para pagar os policiais que, na folga, são destacados para atuar fardados em atividades do município. Cada policial recebe um "extra" da prefeitura de até R$ 1.894 por mês. Havia até 3.898 homens no "bico oficial".

BICO POLÊMICO

Na operação delegada, os PMs prestam serviço para a prefeitura no horário de folga. A escala dos PMs costuma ser assim: de cada 12 horas trabalhadas, o PM tem de descansar 36. Quem é contra a operação diz que esse horário deveria ser usado só para descanso. Já os que são a favor, afirmam que haver PMs nesses períodos nas ruas reforça a segurança nas regiões onde atuam e evita que eles façam bicos de segurança, o que é considerado irregular.


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