Folha de S. Paulo


Estudantes voltam às ruas e queimam boneco de ACM Neto na Bahia

Estudantes da rede pública de ensino da Bahia fecharam as ruas em frente aos seus colégios e participaram da queima de um boneco do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), na tarde desta terça-feira (13).No momento mais tenso do protesto, um grupo atirou ovos na prefeitura, que respingou em alguns policiais.

"A chuva de ovos representa a insatisfação com o prefeito, que não dialoga com a gente", diz Gilcimar Brito, presidente da Ages (Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador).

A entidade foi a responsável pelos atos, que aconteceu para comemorar os dez anos da chamada Revolta do Buzu. Em agosto de 2003, alunos do ensino médio da capital baiana bloquearam vias por mais de uma semana contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade,

O episódio é considerado um dos embriões do Movimento Passe Livre no Brasil.

A proposta do MPL Salvador era que os estudantes interditassem as ruas de acesso às escolas por uma hora, o que aconteceu em pelo menos cinco bairros soteropolitanos, antes de se juntarem a uma manifestação do grupo em frente à Câmara Municipal.

Reprodução/Facebook/mplssa
Manifestantes do Movimento Passe Livre queimaram boneco do prefeito de Salvador, ACM Neto
Manifestantes do Movimento Passe Livre queimaram boneco do prefeito de Salvador, ACM Neto

Dezesseis integrantes do movimento estão ocupando o local há 22 dias. Mantidos à base de sanduíches e biscoitos, eles exigem a redução da tarifa de ônibus de R$ 2,80 para R$ 2,50. O valor foi aumentado em junho do ano passado.

Segundo o presidente da Casa, Paulo Câmara (PSDB), as sessões estão prejudicados desde então.

"São pessoas ordeiras, educadas, que cumprem os acordos e estão mantendo o patrimônio público. A gente não tem do que se queixar", afirma ele. Câmara, porém, diz que "nada pode fazer" para atender à lista de reivindicações do MPL local.

Além da redução da tarifa, o grupo pede a implantação do "passe livre" para estudantes, a reativação do Conselho Municipal de Transportes, a circulação de ônibus 24 horas por dia, a divulgação da planilha de custos das empresas e uma nova licitação do sistema de ônibus da cidade.

A prefeitura diz que não há possibilidade de baixar o valor da passagem. "Salvador foi uma das poucas capitais em que não houve aumento em 2013", já afirmou ACM Neto.
As outras solicitações, afirma, estão "em fase de implementação".


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