Folha de S. Paulo


Câmara Municipal de Campinas quer cobrar manifestantes por prejuízo

A Câmara Municipal de Campinas (a 93 km de São Paulo) quer cobrar dos manifestantes que ocuparam o plenário da instituição na noite de quarta-feira (7) o prejuízo pela depredação de patrimônio público, afirmou o presidente da Casa, o vereador Campos Filho (DEM).

"Eles vão ter de ressarcir o erário. Quebrou, pagou", disse o vereador, que classifica os manifestantes como "bandidos". "São marginais que não medem esforços para depredar o patrimônio público."

Houve pichação da Mesa Diretora, da tribuna e de paredes do plenário. A porta do estúdio de som e de transmissão de TV foi arrombada, fios, microfones e caixas de som foram arrancados e extintores de incêndio foram esvaziados.

Lucas Sampaio/Folhapress
Após ação da PM, ocupação de Câmara termina com mais de 100 manifestantes detidos em Campinas, no interior de SP
Após ação da PM, ocupação de Câmara termina com mais de 100 manifestantes detidos em Campinas, no interior de SP

Campos Filho disse que parentes serão cobrados nos casos de adolescentes envolvidos --31 dos 138 detidos na ocupação eram menores de idade. "Vamos atrás dos pais, da tia, do avô ou de quem for necessário."

Um balanço dos prejuízos só deverá ser concluído na segunda-feira (12), segundo a assessoria da Casa.

FILMAGENS

Campos Filho disse que as ações indenizatórias serão individuais e baseadas no inquérito da Polícia Civil que investiga a ação dos manifestantes.

Para facilitar a identificação dos envolvidos, funcionários da Câmara filmaram a ocupação do plenário, que durou cerca de quatro horas --as imagens foram encaminhadas à polícia.

Filipe Monteiro, um dos manifestantes que organizaram o protesto e que chegou a ser preso, criticou a medida. "A postura é para escapar do debate político. Somos contra a individualização e a criminalização do movimento."

Monteiro disse que a medida é uma "cortina de fumaça" e que o grupo irá manter a agenda de protestos.

Os manifestantes que invadiram a Câmara reivindicam o passe livre no sistema público de transporte da cidade, a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os contratos com as empresas que prestam o serviço e a saída do secretário municipal da pasta, Sérgio Benassi.


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