Folha de S. Paulo


"Contra essas pessoas, cadeia", diz presidente da Câmara sobre manifestantes

Após a detenção de pelo menos 70 pessoas que invadiram o plenário da Câmara Municipal de Campinas (a 93 km de São Paulo) na noite de quarta-feira (7), o presidente da Casa, Campos Filho (DEM), endureceu o discurso contra os manifestantes.

Ele chamou os manifestantes de "bandidos" e afirmou que novos atos serão reprimidos com o mesmo rigor. "Contra essas pessoas, cadeia. É momento de fortalecer as instituições democráticas e punir quem depreda patrimônio público".

A desocupação foi feita por cerca de 30 homens da Força Tática da PM (Polícia Militar) a pedido do presidente da Câmara.

A polícia tentou negociar uma saída pacífica com os manifestantes por cerca de meia hora, mas eles se recusaram a deixar o plenário da Casa pois a PM informou que todos, retirados à força ou não, seriam encaminhados ao DP para serem qualificados por dano ao patrimônio público.

Os manifestantes tentaram resistir pacificamente, agarrados uns aos outros, mas a PM retirou-os, um a um, à força. Eles foram encaminhados ao 4º DP em dois ônibus fretados.

"Uma coisa é reivindicar os seus direitos. Outra é depredar", disse o presidente da Câmara. "Eles serão responsabilizados pelos danos que causaram. Não somos contra as manifestações, mas somos contra o que aconteceu aqui, contra invadir o plenário e destruir tudo como se fosse terra de ninguém".

Parte dos manifestantes depredou equipamentos da Casa como mesas, cadeiras e paredes. A tribuna e a mesa diretora do plenário foram pichadas. Extintores foram usados na recepção do plenário e as câmeras de vigilância foram tampadas com panos para impedir o monitoramento da sala.

"É um passo de quem não está entendendo o que está acontecendo no país", disse o vereador Paulo Bufalo (PSOL), da oposição, que propôs uma CPI para investigar o transporte público da cidade. "Ele precisa compreender o que são atos de vandalismo."


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