Folha de S. Paulo


'Ele não atiraria em ninguém', diz vizinha de filho de PMs mortos

Vizinhos do estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, principal suspeito de matar os pais, a avó e a tia antes de cometer suicídio na segunda-feira (5) disseram não acreditar que ele tenha cometido os crimes.

Os moradores da rua Dom Sebastião, na Vila Brasilândia (zona norte), afirmam que a família do menino era discreta e tranquila.

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Os policiais militares Andreia Regina Bovo Pesseghini e Luis Marcelo Pesseguini, pais de Marcelo, eram padrinhos da filha da balconista Edneide Ferreira, 36, que mora na mesma rua da família assassinada.

"Ainda não caiu a ficha. Mas dizer que foi o menino é estranho, fica difícil acreditar", afirmou.

Em mais de 20 anos de convívio com a família, ela diz nunca ter ouvido falar em ameaças ou brigas familiares. "O Marcelinho era um amor, só saia de casa com os pais."

Rosimary Teixeira, 50, vizinha da família, diz não acreditar na tese de homicídio seguido de suicídio do garoto.

Segundo ela, Marcelo sonhava em ser policial e teria ganhado uma farda de presente da avó há alguns anos.

"Ele sempre quis ser policial. A farda era do tamanhinho dele. Mas ele nunca atiraria em ninguém, muito menos na família", disse.

CARRO

Segundo a polícia, o menino teria pegado o carro após matar a família para ir ao colégio Stella Rodrigues, onde estudava, na zona norte.

De acordo com uma vizinha, que não quis se identificar, o garoto frequentemente "tirava e colocava o carro na garagem para a mãe".

Nenhum outro vizinho confirmou a historia, nem que o menino soubesse dirigir.

Ninguém na rua ouviu os cinco tiros disparados dentro da casa. Moradores contaram que o bairro tem trânsito intenso mesmo durante a noite, o que pode ter abafado o som dos disparos.
"Passei a noite de domingo acordada em casa e não lembro de ouvir nada estranho", disse outra vizinha, Maria do Socorro Araujo, 55.

"Passou muita moto. Mas quando tem tiroteio na favela a gente ouve", completou.

O garoto M.J., 14, conhecia Marcelo desde 2011. "A gente soltava pipa e jogava videogame juntos", disse.


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