O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) negou envolvimento de políticos tucanos com irregularidades nas licitações do metrô da capital paulista e disse que os integrantes do cartel devem "devolver o dinheiro".
Serra fez as afirmações em entrevista à rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (2). A Folha mostrou na edição de hoje que a multinacional alemã Siemens apresentou ao governo federal documentos em que afirma que o governo paulista deu aval para a formação de um cartel na licitação de obras do metrô.
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Segundo a reportagem, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) afirmou que o conluio se estendeu de 2000 a 2007, período em que os tucanos Mário Covas (1930-2001), Geraldo Alckmin e José Serra governaram o Estado.
Questionado pela rádio sobre a existência do suposto esquema durante o primeiro ano de seu governo no Estado, em 2007, Serra afirmou: "O Cade, que é organismo de Brasília, do governo do PT, não apresentou os documentos, vazou [a informação] por baixo. Se tem documentos, é entre empresas que participaram de licitação."
"Não tem condição de controlar o que as empresas que participam de uma concorrência conversam entre si. Se o Cade descobriu, ótimo. Foi uma lesão para o Estado e vamos pedir o dinheiro de volta. Só isso."
Em outro momento da entrevista, o ex-governador afirmou que "em nenhum momento" ele, Covas ou Alckmin deram "autorização" para que fornecedores se entendessem sobre os preços. "Quero saber quais eram os integrantes desses cartéis e que eles devolvam o dinheiro. Porque isso não é uma coisa com o governo."
O governo Alckmin já havia dito que pediria o ressarcimento de eventuais perdas aos cofres públicos e que os documentos mostram "comunicação entre empresas privadas, sem participação de servidor público estadual".