Folha de S. Paulo


Júri do Carandiru recomeça com debate entre defesa e acusação

Começou na manhã desta sexta-feira o último dia da segunda fase do julgamento do episódio conhecido como massacre do Carandiru.

No início, estão previstos debates entre defesa e acusação. Cada parte terá três horas para apresentar sua tese.

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Após essa fase, cada um poderá apresentar a réplica, por duas horas. Na sequência, os sete jurados se reúnem em uma sala secreta e decidem se os 25 policiais são responsáveis por 73 das 111 mortes no Carandiru.

Ontem, os promotores também apresentaram, por 37 minutos, uma série de reportagens sobre os 111 homicídios no presídio assim como matérias televisivas que mostram a violência da PM.

Já a defesa, apresentou um vídeo de 35 minutos exaltando a atuação da Polícia Militar, depoimentos dizendo que não houve massacre no Carandiru e, entre outros, o discurso de um ex-comandante-geral da PM, o coronel Roberval França.

Ele saiu do cargo em outubro do ano passado, dias após o então secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, ser demitido por conta das seguidas altas dos homicídios no Estado.

A acusação e a defesa dispensaram a leitura dos documentos que estava prevista para ontem.

A primeira fase aconteceu em abril e resultou na condenação de 23 PMs. Apenas três policiais foram absolvidos na ocasião --sendo dois porque não haveria indícios de participação e outro que teria agido em outro andar do presídio.


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