Folha de S. Paulo


Alckmin rebate Dilma e diz que malha metroviária de SP é 'boa'

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) respondeu na manhã desta quinta-feira às críticas que a presidente Dilma Rousseff (PT) fez à gestão do metrô em São Paulo. Em ato que destinou recursos para o prefeito e aliado Fernando Haddad (PT), a petista afirmou que a capital paulista é,"talvez, a maior cidade do mundo com o menor sistema de transporte metroviário do mundo".

"Todos os grandes metrôs do mundo têm grande participação do governo federal, e nós levamos lá [o pedido de recursos]. Hoje, o governo federal participa com financiamento, mas não tem dinheiro a fundo perdido. Terá na linha 18, a linha bronze, que vai de Tamanduateí até São Bernardo do Campo".

Após anúncio de investimento, Dilma critica sistema de metrô em SP
Haddad e Alckmin pedem R$ 17,3 bi ao governo federal para transporte

O governador disse não ter interpretado a fala de Dilma como um ataque pessoal --"eu não colaboro para isso"-- e afirmou que o governo do Estado toca hoje quatro obras para ampliar a rede sobre trilhos. "Hoje nós somos um dos poucos metrôs do mundo, não é só do Brasil, que tem quatro obras simultâneas. São 51 novas estações e 55 km de trilhos. O que nós encaminhamos ao governo federal, estamos esperando a resposta e otimistas,foram seis pleitos que totalizam R$ 10,8 bilhões. Eu levei pessoalmente", disse Alckmin, ao lembrar a reunião que teve no Ministério do Planejamento após a presidente dizer que o governo federal iria liberar R$ 50 bilhões para obras de transporte público no país.

Alckmin disse ainda que "é importante" o governo federal investir mais. Hoje, a maior parte dos aportes feitos pelo governo federal estão em financiamentos, que serão pagos posteriormente pelo governo do Estado. Há apenas a previsão de liberação de R$ 400 milhões para as obras da linha que ligará Tamanduateí a São Bernando do Campo, mas a obra ainda não foi licitada. "Nós temos uma boa rede. A malha metroferroviária é boa. É grande. Esse aporte federal é super bem-vindo e necessário"

INVESTIMENTOS EM SP

Dilma Rousseff disse que o governo federal destinará R$ 3,1 bilhões para mobilidade urbana, incluindo corredores e terminais de ônibus.

A presidente também garantiu o investimento de R$ 1,6 bilhão para obras contra enchentes, como no córrego Tremembé e no riacho do Ipiranga, além da criação de um parque linear em Perus e obras de drenagem no Vale do Anhangabaú.

As represas Billings e Guarapiranga serão beneficiadas com R$ 3,3 bilhões. Serão construídas na cidade 20 mil unidades habitacionais, que custarão R$ 1,5 bilhão ao governo federal.

TARIFA

A presidente ainda fez questão de dizer que o governo federal agiu para minimizar o aumento das tarifas de ônibus, desonerando a folha de pagamento e o PIS/Cofins das empresas do setor. Foi o aumento no preço das passagens de ônibus que fez com que os protestos estourassem em São Paulo e outras centenas de cidades pelo país em junho.

Numa espécie de resposta velada aos protestos, a petista disse que mobilidade urbana é prioridade de sua gestão porque "garantir transporte público rápido, seguro e de qualidade também é um eixo de redução da desigualdade".

Em contraposição à fala da presidente, o prefeito Fernando Haddad elogiou ações conjuntas que vem firmado com Alckmin desde o início de sua gestão e chamou o governador tucano de "parceiro da cidade de São Paulo". Ele discursou antes de Dilma.

Durante sua fala, a presidente cometeu uma pequena gafe. Ela chamou o bairro do Campo Limpo, na zona sul, de "Capão Limpo", numa confusão com Capão Redondo, que fica na mesma região.

Reprodução
Mapa do Transporte Metropolitano de São Paulo, que inclui metrô, trens e EMTU
Mapa do Transporte Metropolitano de São Paulo, que inclui metrô, trens e EMTU

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