Folha de S. Paulo


Procon proíbe Avianca de vender passagens para voos a partir de PE

O Procon de Pernambuco proibiu a empresa aérea Avianca de vender passagens para voos que saem do Estado durante oito dias, a partir desta terça-feira (30).

A punição ocorreu após sucessivas remarcações de um voo que deveria ter seguido para São Paulo na manhã do último domingo (28) e acabou sendo cancelado na noite de segunda-feira (29).

Segundo o Procon, além da proibição de emitir novos bilhetes, a Avianca pode ser multada em cerca de R$ 500 mil.

O valor pode ser ainda maior porque a companhia aérea não estava cumprindo a determinação. O Procon informou que, até o final da tarde desta terça-feira, as passagens continuavam a ser vendidas.

Os 95 passageiros do voo 6311 deveriam ter deixado o Recife com destino ao aeroporto de Guarulhos (na Grande São Paulo), às 7h55 do domingo.

Passageiros disseram que a viagem foi remarcada para as 10h17 da segunda-feira e, em seguida, reagendada para as 20h.

Após as remarcações, a viagem foi cancelada e os passageiros foram acomodados em voos de outras companhias. Alguns só conseguiram viajar na manhã desta terça-feira.

O escritor pernambucano Marcelino Freire comprou uma passagem em um voo de outra companhia. "Não tive paciência para esperar", afirmou.

Alheio às duas primeiras remarcações no domingo, o empresário Geraldo Guedes, de João Pessoa (PB), comprou na tarde de segunda-feira um bilhete para viajar à noite.

Somente por volta das 22h a companhia explicou aos passageiros que o avião não decolaria porque, segundo Guedes, não havia sido aprovado num teste realizado depois que paletas da turbina foram trocadas.

O próximo voo da Avianca sairia somente ao meio-dia desta terça-feira. "Para mim não servia. Minha reunião era hoje pela manhã e não havia mais vaga para a madrugada", disse o empresário, que voltou de madrugada para João Pessoa (na Paraíba, a 130 km do Recife) num táxi pago pela companhia aérea.

A Avianca informou que prestou "todo o apoio necessário" aos passageiros para que fossem acomodados em outros voos. O departamento jurídico da companhia ainda estuda o que fazer em relação à proibição de venda das passagens.

A empresa ainda não se manifestou a respeito da causa dos atrasos nem sobre o descumprimento da determinação do Procon.

COLABOROU LEANDRO MACHADO, DE SÃO PAULO


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