Folha de S. Paulo


Projeto prevê dobrar verba para moradia popular na Barra Funda

Um projeto de revisão da Operação Urbana Água Branca prevê dobrar investimentos em habitação popular na região da Barra Funda (zona oeste). Por ter terrenos disponíveis, a área é um dos grandes alvos do mercado imobiliário.

A intenção da prefeitura preocupa moradores do bairro vizinho, Pompeia. Eles exigem que os R$ 341,6 milhões disponíveis hoje sejam integralmente investidos em obras contra enchentes --principal drama do bairro-- e viárias.

De 1995, a operação planejou o crescimento imobiliário da região. Desde então, empresas que constroem ali têm de pagar uma contrapartida.

A grita dos moradores é que, passados 18 anos, as obras de drenagem nunca saíram do papel.

Segundo o vereador Nabil Bonduki (PT), autor de projeto de revisão da operação a ser votado em agosto, essas obras serão priorizadas, mas a ideia é usar ao menos 30% na compra de áreas para apartamentos destinados à população de baixa renda e recuperação de áreas habitacionais degradadas.

Os moradores das favelas do Sapo e Aldeinha devem ser os primeiros beneficiados.

Editoria de arte/Folhapress

O plano de Bonduki, já em análise na prefeitura, altera artigos do projeto de revisão da operação do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), aprovado em discussão inicial, em abril.

Em relação ao projeto de Kassab, o valor a ser aplicado em habitações sociais dobra -o texto anterior previa 15%.
O secretário de Relações Governamentais, João Antonio, disse que a intenção é que sejam construídas 2.500 moradias -a previsão era de 1.500.

Para essas construções, deve ser usada parte do dinheiro da operação vigente e valores que surgirem com a nova.

Uma área de 20 mil m² que pertence à CET, na Barra Funda, é vista como uma das que podem receber moradias.

Segundo Nabil, os moradores da Pompeia têm razão na exigência de que a maior parte do investimento seja aplicado em drenagem -com custo estimado em R$ 190 milhões.

"Mas já estava previsto no projeto [da gestão Kassab] a criação de 640 unidades de habitação popular, então, os recursos já acumulados têm que ir para habitação também."

O novo texto prevê ampliar os investimentos em bairros além dos limites do rio Tietê, como Freguesia do Ó e Limão, na zona norte, em áreas onde há favelas que precisam de intervenções urbanísticas.


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