Folha de S. Paulo


Policiais civis de São Paulo fazem paralisação nesta segunda-feira

Delegados da Polícia Civil de São Paulo realizaram uma paralisação na manhã desta segunda-feira (29).

A paralisação começou às 10h e se estendeu por duas horas, segundo a Adepesp (Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo), entidade que reúne mais de 4.000 delegados.

Os delegados pedem melhores condições de trabalho, recomposição salarial e também protestam contra a prisão do delegado Clemente Castilhone Júnior durante uma operação contra a corrupção no Denarc (departamento de narcóticos).

Durante paralisação, delegacias de todo o Estado permaneceram abertas, segundo a Adepep, mas os delegados não atenderam o público. De acordo com balanço parcial da associação, o atendimento foi interrompido em 37 dos 93 distritos policiais da capital. Também aderiram delegacias de ao menos 19 cidades.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que "respeita todo tipo de manifestação" e informa que "tem se empenhado na negociação salarial com todas as categorias da polícia".

"O policiais civis, militares e científicos tiveram um reajuste de 27,7%, no salário (15% em julho de 2011 e 12,7% em agosto de 2012). O governo do Estado também anunciou um pacote de benefícios às carreiras policiais, com medidas para facilitar as promoções e a valorização de carreiras", afirma a nota.

MARCHA

A partir das 14h de hoje, os delegados farão um protesto contra a prisão de delegados do Denarc suspeitos de vender informações para traficantes de drogas.

A marcha partirá da avenida Ipiranga e percorrerá ruas e avenidas do centro de São Paulo até a sede do Ministério Público, na rua Riachuelo, onde será realizado um protesto.

O delegado Clemente Calvo Castilhone Júnior, então chefe do setor de inteligência do Denarc, foi preso durante operação comandada pelo Ministério Público.

Três promotores do Gaeco (grupo de promotores que investigam crime organizado) de Campinas (a 93 km de São Paulo) acusavam Castilhone Júnior de vazar informações de uma operação policial que visava prender traficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Após ficar quatro dias detido, Castilhone Júnior foi solto a pedido do próprio Ministério Público, que afirmou que não havia sido comprovada a tese de que ele teria dado informações para o grupo de policiais que extorquia traficantes.

No entanto, o promotor José Cláudio Tadeu Baglio afirmou que a prisão foi de Castilhone foi "drástica, mas absolutamente necessária".


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